quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

UN PETIT RIEN...



(…) de súbito sabes: era isso.
Ergues-te e diante de ti estão
angústia e forma e oração
de certo ano que passou.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Temperaturas.....

Hoje é dia 29 de Dezembro. Os dias foram fugindo e o Natal passou. Foi um Natal diferente, o deste ano: no que foi a minha vida antes do nascimento DELE, ouvi palavras maravilhosas e reconfortantes, senti sensações doces e passei por águas turbulentas. Mas as palavras foram realmente jorrando: serviço, disponibilidade, Amor,
coração de Deus a bater com a força do Amor, desinstalação, Amor, oração, Amor, silêncio, Amor, família, Amor, coragem, serenidade, tranquilidade, sobriedade e mais Amor. Criatividade, libertação, irreverência. E mais Amor. Amar como Ele nos amou. A radicalidade da mensagem de Jesus é sempre e cada vez mais fascinante, à medida que nela vamos tentando entrar. Provoca-nos aquela sensação muito boa de que temos que nos levantar das nossas cadeiras quentinhas e ir apanhar um bocadinho de frio. Todo o bocadinho de frio faz a diferença, embora possa não parecer. E dá significado às nossas vidas. Parece-me. De outra forma, a vida é muito morna. Apesar das dores da vida, como alguém me dizia recentemente, temos que sonhar sempre, sonhos que esperamos se tornem realidade e que permitam a doce experiência de dar e sermos humildes. Por vezes, para ajudar alguém, é só preciso apanhar um bocadinho de frio, estar lá, no momento. Tenho realmente que agradecer. Chego ao fim de mais um ano, com a experiência dupla do amor e da angústia, da alegria e da tristeza, da amizade e do afastamento. Do suportar um barco que é o meu e perceber finalmente que todos têm o seu. Agradecer pelo sempre eterno amor que sinto por parte de um «quase» infinito grupo de família e amigos…Assim, e com toda esta ajuda preciosa para também me desinstalar e dar um pontapé na preguiça, entro feliz e plenamente, com Ele, em 2010.
Impertinente, bem sei. Mas ninguém é perfeito.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A NÃO PERDER!! JÁ EM JANEIRO!!!

Diz-me a verdade acerca do amor
a propósito da encíclica Caritas in veritate






A ler!!! Encíclica!!!


domingo, 27 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cair em extremos

«E depois afirmas:«Por vezes, dizem-me que a vida possui tensão suficiente para impedir que se caia em extremos.O que pensas disto?»Sabes, Netty, acredito que quanto menos o ser humano cai em extremos, maiores e mais frutuosas são as suas tensões.Pelo menos foi o que aprendi em relação ao meu próprio corpo e alma.Quanto maior a minha tendência para cair em extremos, quanto mais cresce em mim a inquietação, mais atentamente me sento à boleia do autocontrolo, segurando com firmeza as rédeas, sem as largar, e assim, vou ganhando novas forças que me dão a possibilidade crescer mais produtiva.E não é isso o mais importante?...Não devemos só puxar firmemente, de vez em quando, as rédeas da nossa inquietação, para que esta não desate a empinar como um cavalo desenfreado, dando início a uma jornada devastadora por todo o ser, devemos também refrear a nossa tristeza , de contrário, ela avança como uma enxurrada, inundando os campos cultivados com tanto esforço.Devemos aspirar deixar de ser tão egocêntricos, deixar cada disposição seguir o seu caminho dentro de nós, sem interferir.Não temos de esconder a nossa inquietação e tristeza de nós próprios, devemos carregá-las e suportá-las, mas não entregar-nos completamente a elas, como se nada existisse no mundo...»
Etty Hillesum,Cartas, 1941-1943

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Todos os homens precisam de ser felizes!!!

«O Advento é convite à conversão. Em honra do nascimento de Jesus, a Igreja convida-nos a corrigir tudo o que haja de errado nas nossas vidas, a trabalhar com mais afinco pelo bem dos homens. Mas, curiosamente, no 3º domingo do Advento, a liturgia interrompe essa pregação e fala-nos simplesmente da alegria.
Todos os homens precisam de ser felizes. Mas há aqueles que põem a felicidade na riqueza, no poder, nas satisfações mais imediatas; e há aqueles que só se sentem verdadeiramente felizes no dom e na partilha.
O Evangelho fala constantemente do amor. É claro que o amor tem concretizações muito diferentes: o amor do homem e da mulher, o amor dos pais e dos filhos, o amor que é amizade, o amor que nos faz sair à procura dos pobres e dos doentes, o amor que se empenha na justiça e na paz, o amor que nos leva a dar a vida por uma boa causa. São diferentes, mas têm algo de comum: a descoberta de que para além de mim existe o outro, a aceitação do risco de dialogar com o não totalmente conhecido, a partilha do que era só meu, a fidelidade (óbvia no caso do casamento, importante ainda se se ajudou desde há muito um pobre, um doente, uma região atrasada), a comunhão. Quando S. Francisco de Assis domina o seu horror pelo leproso e o abraça, comunga no mais sério da condição humana.
Houve tempo em que a religião parecia apostada em matar a alegria. Aquele tempo em que os pregadores em tudo viam pecado, só se entendiam com mandamentos e castigos, não acreditavam que a alegria e o bem pudessem andar de mãos dadas.(…). Os tais pregadores parece que não entenderam que quem ama a sério cumpre o bem, e portanto os mandamentos, de maneira espontânea e superior. Uma mãe que tenha um filho doente não precisa que ninguém lhe diga: tens obrigação de o tratar. É capaz de passar noites em claro à sua cabeceira, espantar-se-ia se a louvassem. Gosta do filho e estará ali enquanto for preciso, enquanto tiver forças para o fazer. E enche-se de alegria quando o filho melhorar.
Não ignoro que somos todos imperfeitos, a ponto de nos podermos deixar cegar por alegrias traiçoeiras. Temos de pedir a Deus, todos os dias, que nos mantenha no caminho, é sensato que não desprezemos eventuais críticas dos amigos.
Mas isto tudo não destrói a afirmação de que, à medida que crescemos para a vida e para Deus, o amor e a alegria podem andar cada vez mais de mãos dadas. O amor dá paz e alegria, quem entrou nessa alegria e nessa paz sente-se cada vez mais convidado a ser dom.»
Padre João Resina Rodrigues

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Natal…Visto pelas Crianças III



Faz agora uns dez anos no Museu das Crianças, ainda a funcionar no 2º Piso do Museu de Marinha, um grupo de 50 crianças da Pedreira dos Húngaros, todas muito pequenas, passou a manha inteira a brincar, a pintar, a cantar e a rir… No fim da visita sentaram-se todos em roda, frente ao presépio do Museu para cada um contar ao Menino Jesus qual era o seu maior desejo para o Natal…

- uma menina pediu uma Bicicleta;
- a seguir outra amiga pediu uma boneca;
- um menino pediu um gorro;
- uma outra menina pediu uma cozinha para brincar;
- outro menino pediu um carro de bombeiros;
- outro umas botas;
- e outro pediu…
(repetiram-se sem conta os brinquedos, os objectos e muitas, muitas coisas…)

A meio da roda, um menino que ainda não tinha feito seis anos, entre os dentes pediu:

- Eu queria ser Branco…

Inicialmente os monitores não perceberam e pediram para que a criança repetisse o que mais desejava… e voltou a ouvir-se, desta vez bem soletrado e bem alto para que não restassem duvidas:

- EU QUERIA SER BRANCO!!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

«Senhor, estou à espera do nada»


«Ajoelhado no terraço, Gaspar olhava o céu da noite.Olhava a alta e vasta abóboda nocturna, escura e luminosa, que simultaneamente mostrava e escondia.
E disse:
-Senhor, como estás longe e oculto e presente!Ouço apenas o ressoar do teu silêncio que avança para mim e a minha vida apenas toca a franja límpida da tua ausência.Fito em meu redor a solenidade das coisas como quem tenta decifrar uma escrita difícil.Mas és Tu quem me lês e me conheces.Faz que nada do meu ser se esconda.Chama à tua claridade a totalidade do meu ser para que o meu pensamento se torne transparente e possa escutar a palavra que desde sempre me dizes». Sophia de Mello Breyner

E que eu nem sempre ouço!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

VAMOS CONTRUIR O PRESÉPIO JUNTOS

Rezar com Maria em tempo de Advento

O que te peço, Senhor, é a graça de ser. Não de peço mapas, peço-te caminhos. O gosto dos caminhos recomeçados, com suas surpresas, suas mudanças, sua beleza. Não te peço coisas para segurar, mas que as minhas mãos vazias se entusiasmem na construção da vida. Não te peço que pares o tempo na minha imagem predilecta, mas que ensines meus olhos a encarar cada tempo como uma nova oportunidade. Afasta de mim as palavras que servem apenas para evocar cansaços, desânimos, distâncias. Que eu não pense saber já tudo acerca de mim e dos outros. Mesmo quando eu não posso ou quando não tenho, sei que posso ser, ser simplesmente. É isso que te peço, Senhor: a graça de ser de novo.

Ambrósio... apetece-me algo!

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Natal... visto pelas Crianças II


São Nicolau (Pormenor Trabalhado), Mestre da Adoração de Machico, MASF.

Ainda na Galeria de Pintura do Rei D. Luís, há poucos dias, na exposição "Obras de Referência dos Museus da Madeira"… logo pela manha com as salas praticamente vazias comecei a observar um casal de avós com duas netas, uma mais velha de 8/9 anos e uma mais nova que não teria ainda 7, toda de cor-de-rosa a borboletear entre as salas… A avó chamava-a de vez em quando para explicar alguma peça, outras vezes era a miúda que pedia para lhe explicarem qualquer coisa com que ficava mais curiosa.

A certa altura, o avô chama as duas netas em frente de um quadro que representava São Nicolau e começa a contar-lhes a vida do Santo, explicando-lhes que foi ali que teve origem a história do Pai Natal. Quando acaba, a mais nova levanta os braços e suspirando diz bem alto:

- Ai avô! Esta exposição cheira mesmo a Natal!

O avô ri e pergunta:

- A Natal?! Ai sim?!
- Sim a Natal!! É só Açúcar, Meninos Jesus e Pais Natal!

A sala inteira (avós, irmã, visitantes e guardaria) desata a rir perante a cena e… 15 minutos depois, um grande berro vindo do fundo da Galeria…

- Avô!!! Avó!!! Venham cá ver!!!! Está aqui o trenó do Pai Natal da Madeira!!!!

Correu a avó envergonhada para ver se calava a criança… e eu curiosa deixei o que estava a ver para me esgueirar para a sala do “Tesouro” e descobrir que o tal trenó era um palanquim do séc.XVIII…

O Natal... visto pelas Crianças I


Anunciação (Pormenor Transformado), Bento Coelho da Silveira, Convento da Encarnação.

Já lá vão uns bons anos, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís, houve uma grande mostra de pintura do Bento Coelho da Silveira, nesta exposição estava exposta uma Anunciação que revi faz poucos meses no Convento da Encarnação de onde era proveniente.

Junto daquela peça magnífica o Serviço Educativo da exposição realizava com os visitantes mais novos uma teatralização da cena representada. Tinham uns enormes baús, cheios de roupas e acessórios que as crianças vestiam, escolhendo cada uma o seu personagem, ensaiavam-se falas, discutia-se o tema e os conteúdos da cena e a representação tinha lugar mesmo ali em frente a todos os presentes na sala de exposição…

Certo dia, uma das crianças de ar franzino descobre no fundo do baú uma pomba… e diz com ar receoso que quer fazer de Espírito Santo… o grupo discute entre si qual seria o papel de cada personagem na cena e o "Espírito Santo" mantém-se sempre calado com um ar alheado… os monitores face à sua aparente timidez não insistem e partem para a encenação... O "Espírito Santo" que tinha mantido absoluto silencio até ali, começa num frenesim a andar à volta do "Anjo Gabriel", dando-lhe beijinhos e gritando-lhe ao ouvido:

- CONVENC(I)-A! CONVENC(I)-A!!! CONVENC(I)-A!
VAI LÁ E CONVENC(I) -A!!!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vamos juntos construir o Presépio




Vamos juntos construir o Presépio é uma iniciativa da Comunidade da Capela do Rato.


Oração para esta semana.


A Não Perder...