terça-feira, 15 de março de 2011

oração da manhã

DESPOJADA DE MIM, ENFIM TE ENCONTRO

Ensina-me hoje, Senhor, a prece de um coração arrependido.

Bem sabes quanto é vasto o espaço que me dou a mim própria. Tão grande,

que não permite que sejas Tu o único Senhor da minha vida.

É que me prendem muitos medos:

Medo da solidão

e dos dias que correm.

Medo da doença.

Medo da notícia que há-de vir.

São redes que me prendem estes medos.

Sou eu

e não Tu, Senhor Jesus,

quem está no centro da existência que me deste.

Por Tua graça, ensina-me a coragem de fazer do meu coração, um coração que confiante se abandona.

E que chegue o silêncio e o espaço vazio,

em que, despojada de mim,

enfim Te encontre,

enfim me encontre.

domingo, 13 de março de 2011

Querida Miss, é possível descrever a amizade?


«Há dois provérbios que declinam a amizade em perspectivas complementares : o de Séneca, que diz: «ter um amigo é ter alguém por que morrer; e um provérbio inglês que ensina : viver sem amigos é morrer sem testemunhas».Mas é possível descrever a amizade? Quando nos confrontamos com a pergunta, sentimos que as dificuldades se ampliam.....até porque da sua natureza a amizade é implícita.Há uma ética da amizade, mas essa não vem escrita.....O traço mais universal da sua gramática é, talvez, o da presença: mas esta tanto se faz de muitos encontros, como de poucos; de muitas palavras ou de um silêncio espaçado e confidente; de um telefonema por dia ou por ano; de uma ou de incontáveis atenções...O importante é que tudo isso se torne, a dada altura, uma história que nos acompanha e por onde o essencial da vida passa». Este é um excerto de um texto do P.Tolentino sobre a amizade.Que eu dedico a uma grande amiga.Grande, porque neste mesmo sentido que lhe dá o P.Tolentino, é uma mulher de presença, presença continua e profícua.De conversa ou de silêncio confidente.De incontáveis atenções.Obrigada por seres minha amiga.

sexta-feira, 11 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

«A poesia de cada dia nos dai hoje», Adília Lopes

Li com enorme entusiasmo o texto que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura nos trouxe no passado dia 25 de Fevereiro, sobre a poetisa Adília Lopes. O título «As armas desarmantes de Adília Lopes» chama desde logo a atenção.E eu tinha uma enorme curiosidade de ler alguma coisa sobre ela, porque conhecia muito pouco da sua obra: uns poemas soltos aqui e ali, que me fascinavam.Comecei então a ler o texto e são essas sensações que venho partilhar: lê-se de uma rajada, com a respiração aos solavancos, tal é a pressa de passar à frente, sem perder o que fica para trás. A forma e a matéria cruzam-se e dançam maravilhosamente.A forma de escrever de Rosa Martelo e a matéria de viver para a entrevista e para a vida de Adília.
Desinstala-nos o pensamento. Faz-nos voar , alto, alto. Cair e voltar a levantar voo. Querer voltar a ler Adília Lopes, deliciosamente.