sábado, 11 de abril de 2009

Na Quinta-feira Santa…





Uma aldeia ouve desolada
O canto do pássaro ferido
É o único pássaro da aldeia
E foi o único gato da aldeia
Que o devorou por metade
E o pássaro deixa de cantar
O gato deixa de ronronar
E de lamber o focinho
E a aldeia faz ao pássaro
Um funeral maravilhoso
E o gato que foi convidado
Segue atrás do pequeno caixão(…)
Onde o pássaro morto vai estendido
Levado por (um) (menino)
Que não pára de chorar
Se soubesse que isso te deixava tão triste
Disse-lhe o gato
Tinha-o comido inteiro
E depois contava-te
Que o tinha visto partir a voar
A voar até ao fim do mundo
De onde tão longe que é
Nunca ninguém volta
Seria para ti um desgosto mais pequeno
Unicamente tristeza e saudades(…)

Traduzido e adaptado de Jacques Prévert

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