quarta-feira, 31 de março de 2010

Obrigada!!!!!!!!!!


No domingo passado, dia 28 de Março, vivemos uma experiência inesquecível. Digo vivemos, porque estava rodeada de um grupo de amigos, num almoço de comemoração dos anos de uma amiga comum.
A história começa com um email dos filhos da Rita a convidar-nos para um almoço de 60 anos dela. Tal teria ficado decidido, e escrito num guardanapo, há vinte anos atrás quando comemoraram os quarenta anos de ambos, nos dia de anos dele.
Como o prometido é devido, o nosso amigo Zé Alberto, os filhos Francisco e João e as noras, organizaram um almoço surpresa para a nossa Rita, num restaurante no meio de um jardim, num dia de sol esplendoroso. Eu fiquei numa mesa junta à porta, com uma vista magnífica sobre Lisboa e o jardim. O grupo de amigos que ficou na minha mesa era de cinco estrelas e de cinco estrelas eram os restantes amigos que enchiam, com um ar muito feliz, todas as outras mesas.
Este texto tem como único objectivo agradecer. Agradecer à família em nos ter recebido de uma forma tão calorosa. Fomos tão mimados.Com sorrisos, gargalhadas, beijos, abraços, festas na cabeça….uma carrada de mimos…Obrigada Zé Alberto, Rita, João, Francisco, Marta, Maria e aos netos mais bonitos do mundo…..obrigada por partilharem connosco este momento tão especial. Senti-me em casa, tranquila, feliz. E agradecer a Deus um Domingo de Ramos em cheio!

Match Point

terça-feira, 30 de março de 2010

Giorno di Pianto...



"(…) Giorno di pianto, di fier dolore!
Mentre l'amore
Sorrise a me,
Il ciel dirada quel sogno aurato,
Il cor piagato
Tutto perdé!
De' loro sdegni crùdo il pensiero
fa in me più fiero
L'atro dolor!"

Verdi, I Vespri Siciliani, Atto Quarto_Scena I.

domingo, 28 de março de 2010

Open Up Your Door...



Para a Mãe que me ensinou desde pequenina a viver de portas e janelas abertas... a sentir e lidar com os bons, também às vezes, com os maus ventos de todas as manhãs!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cheirando a Jasmim...



Virgem! filha minha
De onde vens assim
Tão suja de terra
Cheirando a jasmim
A saia com mancha
De flor carmesim
E os brincos da orelha
Fazendo tlintlin?
Minha mãe querida
Venho do jardim
Onde a olhar o céu
Fui, adormeci.
Quando despertei
Cheirava a jasmim
Que um anjo esfolhava
Por cima de mim...

Vinícius de Moraes, Anunciação.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Idade(s) do Armário



"Estava tão apaixonado que se fechou em casa, sentado junto á porta, para poder abraça-la assim que ela batesse para lhe vir confessar que também o amava.

Mas ela não veio e ele envelheceu. Um dia alguém tocou, levemente, à porta e ele, apavorado, fugiu, escondendo-se atrás do armário."

Tonino Guerra, A Espera.

terça-feira, 23 de março de 2010

...How do you clean it ?!



"(...) quem muito cumpriu com o céu desde infância, se torna familiar demais com os ritos para ser com eles pontual. Tornámo-nos como conffnuos de ministérios: um pouco ateus duma ordem que servimos."

Agustina Bessa-Luís, sobre Mundo Fechado

sexta-feira, 19 de março de 2010

Let’s Go!!



"Let’s reach out and take hold of our loved ones, take hold of our fears, take hold of our spirit of exploration, and in every possible sense, let’s go dancing with them (...)"

Nick Baylis

quinta-feira, 18 de março de 2010

Com sentido... ou sem sentido?


Sister Corita - "feelin' groovy"

Há histórias que fazem sentido, e outras que nem por isso... uma história que faz sentido é aquela que arranca os sentidos do seu entorpecimento, que abre os olhos e os ouvidos às cercanias reais, que nos toca e nos provoca calafrios de reconhecimento pela superfície da pele. Fazer sentido é vivificar os sentidos, é libertar o corpo dos constrangimentos impostos por maneiras de falar desgastadas e assim renovar e rejuvenescer a consciência que cada um tem do mundo... Fazer sentido é fazer com que os sentidos acordem para o lugar onde estão.
(adaptado de Virando do Avesso, David Abram)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Valha-me São Patrício


Sempre que ouço falar da Irlanda, lembro-me de um exame da faculdade em que me foi reduzida a nota porque me esqueci de referir a cor do cabelo de Cristo!

Tinha um louco de um professor que nos obrigava literalmente a decorar a enciclopédia Alfa, chegava aos exames pedia-nos para abrir um dos livros e a partir da imagem que nos calhava era feito o exame... um método muito lindoo!!

Num dos exames calhou-me uma imagem de "Cristo em Majestade" do Book of Durrow. Feliz da vida porque sabia de cor a lição estive uma hora a dissertar sobre os evangelhos e as imagens, sobre a ilustração dos livros sagrados medievais, sobre o valor simbólico daquelas iluminuras em particular, sobre... tudo e mais alguma coisinha... No fim, aliviadinha, com um grande sorriso e já a sonhar com nota máxima ouço num tom coloquial meio fanhoso:

- ... esteve muito bem! sabe a matéria, relacionou com brilhantismo a imagem com a totalidade da época artística em questão e tocou ainda em aspectos fundamentais, qualquer outro professor lhe daria um 20!... no entanto (pausa)... esqueceu-se de referir um pequeno pormenor importante, é que nesta imagem Cristo é representado ruivo e com sardas o que faz toda a diferença... por esse motivo não lhe dou nota máxima e terá que se contentar com um 17 ou um 18... ainda vou pensar...

Há pormenores que fazem, de facto, toda a diferença!!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Religiões do Mundo I



Fotografia de Karoli Lewis

Religião Jain

A unção da estátua de Bahubali, cerimónia da religião Jain que ocorre na India de 12 em 12 anos consiste no derramamenmto por parte dos sacerdotes, de litros e litros de leite, açucar, açafrão, turmérico, coco e pétalas.

terça-feira, 9 de março de 2010

Thinkings

Um dia virá, em que tu entenderás. Espero eu.
As conversas inacabadas, de meias palavras, não condizem comigo. Mantêm-me em sofrimento. Claro que vai diminuindo com o passar do tempo e das nuvens.
Mas aquilo que eu penso ter sido uma rejeição, foi muito duro. Teve a vantagem de tu seres uma pessoa de enorme confiança. Isso é tranquilizador. Mas, por outro lado, essa rejeição, que teve que trazer ao de cima toda a minha humildade, continua à espera de resolução. Não me digas mais palavras de conveniência, clichés….Será que alguma vez vamos conseguir falar? Tu, parece –me que consegues falar de tudo, mas são tudo coisas que me interessam muito pouco…algumas mais, obviamente, se te dizem respeito…mas falas demais sem dizeres o que eu preciso de ouvir…Como é que consegues? Qual é o teu segredo? é que nem esse me contaste....Um dia virá, em que tu entenderás….

segunda-feira, 8 de março de 2010

No III Domingo da Quaresma...


Questões entre crentes e não crentes...
durante um passeio por um monte cheio de oliveiras perdido no meio de Lisboa.

crente - que árvore é esta ao pé da nora? é linda!

n/crente - parece que é uma figueira... é muito bonita.

crente - que pena... está seca? estará toda morta?

n/crente - não rebenta! na primavera fica cheia de folhas.

crente - não acredito!!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Quaresma II



"...Tomar uma hora cada dia, em que só por só com Deus e connosco cuidemos na nossa morte e na nossa vida.

E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom conselho, quero acabar deixando vos quatro pontos de consideração para os quatro quartos desta hora.

Primeiro: quanto tenho vivido?

Segundo: como vivi?

Terceiro: quanto posso viver?

Quarto: como é bem que viva?

Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi? Quanto posso viver? Como é bem que viva? Memento homo!"

Lembra-te homem, que és pó, e em pó te hás de converter, Sermão de Quarta-feira de Cinzas, Padre António Vieira, em Roma, na Igreja de S. António dos Portugueses, Ano de 1670.

Quaresma

«Quaresma pode até ser um nome complicado mas a sua motivação é actual e grandiosa:favorecer o encontro do Homem com as raízes profundas do seu ser,tornar-nos melhores e lembrados do que é importante.
Os dias trazem nas suas redes preciosos peixes vermelhos e azuis,mas também lixo, coisas supérfluas que só atravancam,por isso os pescadores perdem tempo a escolher com cuidado.
Quaresma é voltar a ganhar o espaço das escolhas neste tempo consumista de falsas imposições.
Quaresma é dizer sim,com maior entusiasmo ainda,à liberdade de afirmar o essencial:fé, justiça, reconciliação, solidariedade e alegria.
É que podemos somar muitos anos sem nunca ter realmente vivido e achar que fazemos grandes coisas sem nos perguntarmos: «para que servem?»
José Tolentino Mendonça

quarta-feira, 3 de março de 2010

Notas soltas

«Dear All,

Abro, sempre trémulo a uma leitura divinatória, o Evangelho de S. João.
Os olhos espraiam-se por esse episódio nunca acabado de interpretações, que é o diálogo de Jesus com Nicodemos.
Imaginamos Jesus convidado para jantar na casa apalaçada de Nicodemos, um fariseu abastado, homem culto, inteligente, sensível.
A conversa, regada com o melhor néctar dos deuses e as iguarias superlativas concedidas aos amigos e às personalidades de estilo, prolonga-se noite fora.
Jesus apreciava sobremaneira as coisas boas e raras da vida, a comida, o vinho, as mulheres, com aquele grau de autonomia e independência que lhe permitiu honrar a vida, não descendo da cruz. A noite quente estava estupenda de luz, ocasião que permite aquele tom sussurrado de confidências, devaneios, reflexões, a afectividade deslizando pela epiderme do corpo.
Nessas situações, o investimento é o outro, a atenção do outro, aquele que pode ser o meu revelador, o outro como espelho não esfarrapado da nossa alma.
Nicodemos quer agarrar o momento.
Sente que é ocasião única, o interlocutor faz-lhe ver o que está por detrás das suas seguranças limitadas, as costas que não vemos, pois habitamos um corpo que vive uma vida apenas entretido com o rosto dianteiro; metade da nossa vida passa-nos ao lado.
Como posso nascer, sendo velho?
Nicodemos habita na mais singela materialidade; acredita apenas nas mãos que fazem a guerra e a paz, a espaços e transitoriamente.
Vive no momento que passa, no fôlego curto de uma respiração medida por números.
Olha que há mais facetas nas coisas, do que coisas.
À despedida, num abraço comovido, mil novos sentidos tinham sido descobertos.
Há dias passei por Nicodemos, ainda a decifrar toda a plenitude de possibilidades abertas naquela noite»

Nuno Gonçalves

Escutas URDIDAS... às terças!


Uma Conversa TRAMADA...

catarina: oh, gosto tanto do Tolentino, é tão querido
ricardo: pois é. devíamos fazer alguma coisa com ele.
catarina: tipo o quê? levá-lo para casa e dar-lhe miminhos?
ricardo: não. talvez uma confissão."