sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Que bom, o advento!

Lindo, feito pela Marta Veiga.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

 
 
Esta é uma pagela que me deram na missa de N.Sra. de Fátima
 
 
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012


À PROCURA DA PALAVRA
P. Vitor Gonçalves
                 
DOMINGO XXVII COMUM Ano B
"Foi por causa da dureza do vosso coração
que ele vos deixou essa lei."
Mc 10, 5

Dureza de coração?

Hoje é um dos dias em que apetecia pegar só no final do evangelho: Jesus, rodeado das crianças que chamou para junto de si e a dizer que só pode entrar no céu quem acolher o Reino como uma criança. Com o encanto e o coração de uma criança! Aparentemente mais fácil do que a primeira parte do evangelho, que evoca as situações dolorosas das uniões e desuniões entre o homem e a mulher, os matrimónios e as separações. E sentindo-me muitas vezes pequeno diante de tantos testemunhos felizes e dolorosos, não posso deixar de partilhar algumas palavras sobre este tema delicado em que o ideal e o real tantas vezes se opõem.
Diante da cilada que lhe armam, Jesus lembra as palavras da criação e destrói a base do patriarcado na relação do casal. Ele exclui qualquer espécie de domínio do homem sobre a mulher. Entre o homem e a mulher não pode haver opressão ou subjugação de ninguém, porque Deus criou-nos homem e mulher. Ambos com a mesma dignidade, responsáveis pelo seu destino, chamados à felicidade. Nenhuma felicidade se faz subjugando alguém. O projecto matrimonial só pode ser a suprema expressão do amor humano, se nenhum fôr dono ou exercer domínio sobre o outro. As inúmeras situações de “violência doméstica”, da morte de mulheres às mãos dos maridos, e até de maus tratos entre namorados são gritos de alerta.  Quanto de cultural, de tradições desumanas, e até de práticas religiosas contrárias às palavras de Jesus, é preciso ainda evangelizar? O que existe ainda de controle, submissão e imposição do homem sobre a mulher no dia a dia, em instituições civis e religiosas? Que “nova evangelização” para a igual dignidade do homem e da mulher é pedida a nós, cristãos?
O horizonte de verdade e de compromisso em que Jesus coloca o amor de um casal é uma interpelação constante à nossa vida. Creio que já ninguém acredita no casamento como um “seguro-contra-todos-os-riscos”, e ainda bem, porque nunca o foi! Se é verdade que as relações são mais frágeis, também se ganhou em autenticidade, em coragem de dar nome ao que se pensa e se sente. Não percebemos melhor que o amor é um projecto, que tem crises e altos e baixos, e que vale a pena reacender o fogo que se apagou quando as rotinas gelam a relação? Alguém viu o filme “Terapia a Dois”, ainda nos cinemas? Sim, pouco ou nada fala de Deus, mas fala tanto de reconstruir o amor que imagino Jesus a sorrir com as nossas trapalhadas afectivas!
Mas o mais difícil é outra coisa. Os casamentos que acabaram (alguns nunca tinham começado!), as separações dolorosas, as culpas que se eternizam, a dor de sentir que Deus parece olhar de lado para quem “falhou” no casamento, a dificuldade de a Igreja acolher tantos que sofrem e reconhecer algo que verdadeiramente acabou, isso é que é difícil. Ah Jesus!, que ajuda nos pedes e nos dás para sermos verdadeiramente intérpretes da tua vontade em libertar e salvar o que estava perdido? Como podemos acolher o Reino como uma criança?  

Voz da Verdade 07.10.2012

sexta-feira, 29 de junho de 2012


À procura da Palavra
P. Vitor Gonçalves

DOMINGO XIII COMUM Ano B
"Quem tocou nas minhas vestes?"
Mc 5, 30

Toques de vida

Quem poderá dizer se foi por termos sido modelados pelas mãos de Deus que sentimos a importância de tocar e de sermos tocados? Nascemos necessitados que nos toquem com carinho e cuidado, e descobrimos com o tempo o toque da amizade e do amor. Até aprendemos a dizer que há coisas, experiências e pessoas que "nos tocam". No fundo, podíamos contar a nossa vida a partir daquilo que verdadeiramente "nos toca" e que, penetrando no íntimo do ser e do pensar, estrutura a pessoa única e bela que é cada um de nós. Para não falar de todos aqueles que tocamos, algumas vezes sem o cuidado devido, para quem somos mais importantes do que julgamos.
Viajar, descobrir outras paisagens, conhecer novas pessoas é romper as fronteiras do quotidiano e experimentar a riqueza de tocar e ser tocado. A beleza das terras da Nova Inglaterra e o acolhimento dos açorianos de Fall River encheram estes dias de descoberta do Novo Mundo, de imensas experiências. A fé vivida e testemunhada em experiência de comunidade, estruturada numa admirável partilha de responsabilidades, em que muitos se empenham para realizar uma festa extraordinária, foi algo que me tocou profundamente. E o trabalho dedicado daquele que é o seu pastor, incansável e inconformado no dinamismo que o evangelho reclama, na atenção aos sinais dos tempos (o "toque" do Vaticano II) foi o que mais me tocou.
Os evangelhos estão repletos de narrações em que Jesus rompe as inúmeras barreiras religiosas que separavam as pessoas em puras e impuras, que proibiam e desaconselhavam o toque físico. Ele não se cansa de "tocar" com as mãos e com as palavras que saram feridas e até ressuscitam mortos. Com uma onda de ternura e bondade relembra que não somos espíritos descarnados, mortos-vivos ambulantes, e precisamos destes incontáveis "toques" que transmitem vida. O cristianismo vive e celebra-se em experiências sensoriais, eleva o corpo humano a lugar da manifestação do amor de Deus, e definha quando deixamos de "tocar" a vida e de levar a todos a maravilha de Deus nos "tocar". Ah, esterilidade de ideias e até de conceitos teológicos que não assumem a encarnação de Jesus em todas as consequências! Jesus toca porque se aproxima, sem defesas nem guarda-costas, toca porque ama, e toca para que o amor salve. Comunga a nossa existência e partilha connosco a sua essência. Dá a vida nova, pega-nos pela mão e levanta-nos. Não gasta tempo em discursos vazios ou condenações, em piedosas intenções ou a dizer mal da morte. Confirma a fé de quem lhe tocou nas vestes, e ressuscita a filha querida de Jairo. 
Queremos tocar Jesus assim? Deixamos que Ele nos toque para nos ressuscitar destas mortes que atrofiam e matam devagarinho? Somos presença de Jesus a tocar o mundo? Neste domingo, nas ordenações de padres e diáconos em Lisboa, as mãos de bispos e padres vão tocar suavemente as cabeças dos que são ordenados. Pedindo que o Espírito Santo desça sobre eles. Que as suas mãos e as suas vidas saibam tocar como Jesus!

in Voz da Verdade 01.07.2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia 21

quarta-feira, 14 de março de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Quaresma vem ao nosso encontro

Um dos mais espantosos apelos de Quaresma que conheço não foi assinado por um eclesiástico, nem por um teólogo, mas sim por um poeta. Escreveu-o T.S.Eliot em 1930, três anos após a sua conversão, e deu-lhe um nome austero, sem o cómodo encosto que por vezes é o dos adjetivos: chamou-lhe simplesmente “Quarta-feira de Cinzas”.

Nesse poema, dizem-se três coisas fundamentais. Se as soubermos ouvir, percebemos que elas correspondem a caminhos muito objetivos (a mapas pessoais e comunitários) de conversão. E não é esse o desafio da Quaresma, e desta Quaresma em particular?

1. A Quaresma vem ao nosso encontro para que nos reencontremos. Os traços que o poeta desenha coincidem dramaticamente com os do nosso rosto: damos por nós a viver uma vida que não é vida, acantonada entre lamentos e amoques, sem saber aproveitar verdadeiramente a oportunidade que cada tempo constitui, como se tivéssemos capitulado no essencial, e passássemos a olhar para as nossas asas (e para as dos outros) sem entender já o papel delas. “Esmorecendo, esmorecendo”.

2. A Quaresma vem ao nosso encontro para nos devolver ao caminho pascal. O que é que nos dá o sentido de redenção no tempo? – pergunta o poema. E o poema evangelicamente responde: o sentido de transformação é-nos dado quando aceitamos trilhar um caminho. O que nos permite passar do cerco das coisas triviais à revigoração da fonte, o que do sono nos dá acesso à vigília iluminada da vida é aceitarmos o desafio de nos fazermos de novo à estrada, e à estrada menos óbvia e mais adiada que é aquela interior. A Páscoa é a grande possibilidade de revitalização. Mas é preciso consentir naquela imagem brutalmente verdadeira do profeta Ezequiel: por agora somos mais uma sucata de restos, do que uma primavera do Espírito.

3. A Quaresma vem ao nosso encontro para que a tensão criadora do Espírito de Jesus redesenhe em nós a vida. Interessantes são os verbos que o poeta usa como prece: “que sejamos instigados”, “que sejamos sacudidos”. A Quaresma faz-nos passar do “deixa andar”, e do viver espiritualmente entorpecido ao estado da corda tensa. Aquela que é capaz de avizinhar da nossa humanidade reencontrada a música de Deus.

José Tolentino Mendonça
© SNPC | 13.02.12

Chamei-vos amigos

«No momento crucial da sua Paixão, Jesus volta-se para os discípulos e diz-lhes: «a vós chamei-vos amigos» (Jo 15,15). Que quer isto dizer? Que pode a experiência da amizade iluminar da relação de Jesus com os discípulos e dos discípulos do Senhor entre si? Sem a amizade, podemos aceder ao conhecimento de Deus? Jesus é claríssimo: «a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai.»

Quando nos confrontamos com a amizade sentimos todos a dificuldade de exprimi-la, pois entramos num campo onde não há espaço para muitas declarações, e soam despropositados os longos discursos... existem, sim, histórias de vida. Existem nomes, rostos, vivências... Existe o indizível da presença, a coreografia fiel e criativa dos gestos. Mesmo quando se trata de uma amizade intensa, a amizade não deixa de ser uma experiência discreta, ainda que gere marcas humanas e espirituais inapagáveis. Não é por acaso que, nas nossas sociedades, o amor acabe por ser tutelado institucionalmente, mas não há nenhuma lei escrita que tutele a amizade. Há uma ética da amizade, mas essa vem apenas inscrita nos corações. (...)

Há uma teologia da amizade que precisa de ser anunciada. Não se entende o mistério da Santíssima Trindade, nem o da nossa Humanidade, sem pensarmos no que é a amizade. Simone Weil (cujo lastro é tão patente neste texto de Ronchi) explicita-o assim: «A amizade pura éuma imagem da amizade original e perfeita que é a da Trindade eque é a própria essência de Deus. É impossível que dois seres humanos sejam um e, não obstante, respeitem escrupulosamente a distância que os separa, se Deus não estiver presente em cada um deles. O ponto de encontro das paralelas está no infinito.»

Um amigo, por definição, é alguém que caminha a nosso lado, mesmo se separado por milhares de quilómetros ou por dezenas de anos. O longe e a distância são completamente relativizados pela prática da amizade. De igual maneira, o silêncio e a palavra. Um amigo reúne estas condições que parecem paradoxais: ele é ao mesmo tempo a pessoa a quem podemos contar tudo e é aquela junto de quem podemos estar longamente em silêncio, sem sentir por isso qualquer constrangimento. A amizade cimenta-se na capacidade de fazer circular o relato da vida, a partilha das pequenas histórias, a nomeação verbal do lume mais íntimo que nos alumia. A amizade é fundamentalmente uma grande disponibilidade para a escuta, como se aquilo que dizemos fosse sempre apenas a ponta visível de um maravilhoso mundo interior e escondido, que não serão as palavras a expressar.

O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, «éramos amigos e não sabíamos».
Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria... A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva.


Há aquele ditado que diz: «viver sem amigos é morrer sem testemunhas.» A diferença entre os conhecidos e os amigos é a mesma que distingue um ocasional espectador daquele que está habilitado a testemunhar. Este último disponibiliza-se realmente a ser presença. Se tivéssemos de resumir a sua natureza, podíamos dizer: um amigo é alguém que foi capaz de olhar, mesmo que por um segundo apenas, o fundo da nossa alma e transportar depois consigo esse segredo, da forma mais gratuita e construtiva.

Tenhamos por uma grande verdade aquilo que escreveu o filósofo Paul Ricoeur: «para ser amigo de si próprio é necessário ter já vivido uma relação de amizade com alguém.» Mas também aquilo que Séneca antes havia gravado: «Ter um amigo é ter alguém por quem morrer.» A gente percebe que esta frase escrita no século I, é um dístico que ilumina (e muito) o segredo de Jesus.»

José Tolentino Mendonça

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Dia dos Namorados: sentimentos, olhares e afetos

Verdade, verdade é que os sentimentos são um atraso de vida.
Paralisam ou põem tudo em rodopio.
Estremecem.
Tiram de órbita.
Afundam e ressuscitam.
Fazem rodar as quatro estações.
Na mesma tarde.
Acreditam?
Verdade, verdade é que os sentimentos atrasam. Deixam o trabalho para depois.
Despistam.
Aproximam o pó das estrelas e distanciam o pó das sebentas.
Que fazer?
Suspiros. Olhares. Olhinhos.
A linguagem passa perigosamente ao estado diminutivo sempre que os sentimentos perigosamente se expandem.
O pior é que nem pela ironia se dá.
Mas a verdade, a grande verdade é que os sentimentos interessam.
Tornam-nos gente.
Ensinam-nos a ser.
Pedem de nós o que trazemos de único e de irrepetível.
E preparam-nos para querer, para desejar receber o mesmo.
Do outro. Da outra.
Um comércio puro, gratuito.
Tão diferente, tão distante
dos rotineiros comércios.

A qualidade do nosso estar, aqui ou noutro lado, as coisas que temos ou que gostamos mesmo de aprender, os outros com que vamos tecendo o quotidiano, o sentido mais profundo que buscamos emprestar à nossa vida
dão-nos estofo. Firmeza interior.
Capacidade de construir.
Não aconteça sermos nós
uns atrasos de vida que fazem emperrar
os essenciais sentimentos.

Tolentino Mendonça

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gary Cooper e a gaffe com o Papa Pacelli


di SILVIA GUIDI

"È avvenuto tutto in modo molto naturale; chi ha conosciuto mio padre sa bene che sarebbe stato impossibile costringerlo a fare qualcosa che non aveva intenzione di fare. Ha iniziato a venire con noi a messa più spesso (tra i nostri riti familiari c'era la messa seguita da tuffo nell'oceano la domenica mattina a Santa Monica) non solo a Natale o a Pasqua. Poi ha chiesto di essere battezzato". Maria Janis Cooper sta parlando della conversione di suo padre, Frank James (in arte Gary) Cooper; nel luglio del 2011 la sceneggiatrice Mary Claire Kendall ha ricordato in rete (www.ncregister.com) la sua testimonianza per celebrare, a cinquant'anni dalla morte, il divo che meglio ha interpretato il John Doe americano, l'uomo della strada semplice e onesto, spontaneamente altruista ma anche geloso della propria libertà.

Al contrario di quanto viene frequentemente detto e scritto nelle biografie, la sua conversione non coincise con la scoperta della malattia che lo porterà alla morte nel 1961. E soprattutto - conferma la figlia Maria - non fu costretto da sua moglie, cattolica fervente, ad "andare a catechismo": "Non è andata così; è stato un percorso molto lento e graduale (…) ha ricomposto secondo un nuovo disegno tessere già presenti da tempo nel mosaico della sua vita".
Cooper si converte al cattolicesimo nel 1958, ma il suo percorso di avvicinamento alla fede inizia nel 1950, ben otto anni prima. "Aveva una spiritualità molto profonda - continua Maria - lontana da ogni "ismo", da ogni teoria o ideologia, un senso religioso che probabilmente si è sviluppato vivendo a contatto con la natura nel West e conoscendo e amando la cultura e la spiritualità dei nativi d'America. Non è mai stato una persona egoista o superficiale". Un aspetto confermato anche dai colleghi: "Con Gary c'erano sempre meravigliose, nascoste profondità che non avevi ancora notato - ricorda Jean Arthur, sua partner nel film Mr. Deeds Goes to Town - era come stare sempre a Gibilterra, sulla soglia delle colonne d'Ercole".

Divo per caso, dopo una lunga serie di fallimenti (viene respinto perfino dalla filodrammatica del suo College) si trasferisce a Los Angeles da Helena, in Montana, solo per raggiungere i suoi genitori e inseguire il sogno - destinato a rimanere tale - di diventare vignettista satirico in un quotidiano. Prova a sbarcare il lunario come mercante d'arte, aiutante fotografo, venditore di arredi teatrali, grafico pubblicitario, e nel frattempo arrotonda le magre entrate facendo la comparsa a Hollywood; ha imparato ad andare a cavallo per curare i postumi di un brutto incidente stradale e sa di essere molto fotogenico.

La sua carriera cinematografica, durata ben 36 anni, decolla col film Wings (William A. Wellman, 1927); appare solo per due minuti e mezzo, ma, come ricordil leggendario produttore della Paramount Pictures Andrew Craddock Lyles, "quando è arrivato Gary Cooper, lo schermo si è subito illuminato con lui". La sua presenza nei cast risolleva le fortune della Paramount, che risente della crisi economica del 1929, ma la pressione a cui lo sottopone lo star system è grandissima.


Nel 1931 fugge da Los Angeles e si rifugia in Inghilterra (dove aveva vissuto due anni da bambino) a seguito di un esaurimento nervoso. Durante il suo anno sabbatico inglese frequenta l'alta società e si innamora, ricambiato, dell'attrice e socialite Veronica (soprannominata Rocky) Balfe, nipote del direttore artistico della Mgm Cedric Gibbons. Veronica ha una grande passione per lo sport - ama l'equitazione, lo sci, il tennis, il nuoto ed è campionessa di tiro a volo nello Stato della California - un carattere solare e allegro e modi raffinati (ostentatamente "europei" secondo i detrattori wasp della stampa americana, che la considerano una papista eccessivamente snob). "Portò grande stabilità e amore autentico nella vita di mio padre" scrive Maria. Franck e Rocky si sposano il 15 dicembre 1933.

Vent'anni dopo, il 26 giugno 1953 nel corso del tour promozionale per Mezzogiorno di fuoco, Gary Cooper, insieme alla famiglia, incontra Papa Pio XII. "All'udienza mio padre - racconta Maria - teneva in mano santini, medagliette e una gran quantità di rosari appoggiati sulla manica della giacca (molti dei suoi amici a Hollywood avevano chiesto un oggetto benedetto dal Papa). Mia madre era molto elegante nel suo completo nero, e il capo velato come vuole l'etichetta. C'era molta tensione nell'aria quando, preceduto dalle guardie svizzere entrò il Papa, alto, pallido, e vestito di bianco. Eravamo all'incirca a metà della fila. Papà inginocchiandosi perse l'equilibrio - colpa dell'emozione, del suo cronico mal di schiena o di entrambe le cose - e fece cadere i santini e i rosari a terra; le medagliette rotolarono per tutta la stanza. In preda a un monumentale imbarazzo, muovendosi carponi, papà cercò di raccogliere tutto il più in fretta possibile, ma improvvisamente incappò in una scarpa scarlatta e nel lembo di un mantello. Papa Pio XII lo stava guardando, aspettando pazientemente che si rialzasse". L'incontro colpì profondamente Cooper, e non solo per l'imprevisto sketch comico di cui fu protagonista involontario. Anche se non ne parlava mai in modo esplicito a casa, spiega Maria, suo padre "desiderava una stabilità interiore che non riusciva a raggiungere da solo". E continua: "Una domenica dopo la messa scherzavamo sul colto e divertente Padre Harold Ford, una persona veramente in gamba, che mio padre aveva soprannominato "Don Tipo Tosto". Era incuriosito e disse: "Mi piacerebbe sentirlo un giorno". Rocky gli rispose semplicemente. "Bene, vieni con noi"".

Le parole di padre Ford, riporta sempre Maria, lo facevano pensare. Rocky non "architettò", come si legge spesso, la conversione di Gary, ma invitò padre Ford a bere qualcosa da loro perché potessero parlare con calma di questioni spirituali: i due uomini, invece, condivisero da subito il loro comune interesse per le armi, la caccia, la pesca e le immersioni subacquee. "Papà parlava a lungo durante i viaggi in macchina fino a Malibu con padre Ford. Iniziò a "convivere con la domanda", come scrive Rilke in un bellissimo verso, finché la risposta non si fece trovare".

Seguendo le orme del sergente Alvin York, il personaggio che ha amato di più e che gli è valso il suo primo Oscar, viene colpito dal pensiero 553 di Pascal, "non mi cercheresti se non mi avessi già trovato". Cooper viene quindi formalmente ammesso nella Chiesa cattolica e il fotografo Shirley Carter Burden è il suo padrino di battesimo. "Ho speso ogni ora della mia vita, anno dopo anno - spiega quello stesso anno a chi gli chiede il perché di questo gesto - facendo quasi esattamente quello che mi veniva in mente di fare; e quello che volevo fare non era sempre fra le cose più corrette. Lo scorso inverno ho iniziato a soffermarmi un po' di più su quanto stava nella mia testa da lungo tempo: "Vecchio Coop, tu devi qualcosa a Qualcuno per tutto quello che hai! Non sarò mai niente di simile a un santo (...) la sola cosa che posso dire è che sto provando a essere un po' migliore. Forse ce la farò"" (testimonianza raccolta da Barry Norman nel libro The Hollywood Greats).

Nell'aprile 1961 Jimmy Stewart si presenta all'Academy Awards per ritirare l'Oscar alla carriera assegnato a Gary Cooper, motivando la delega con il fatto che il suo amico è gravemente malato. Arrivano messaggi da tutto il mondo; tra gli altri, gli scrivono Papa Giovanni XXIII, la regina Elisabetta II e il suo grande amico Ernest Hemingway (con cui l'attore, durante le sue frequenti visite a Cuba, aveva a lungo discusso su the catholic thing); il presidente Kennedy lo chiama dallo Studio Ovale. Gli amici che lo vanno a trovare si aspettano un'atmosfera triste, ma a casa Cooper trovano luci soffuse e sorrisi, fiori freschi e musica: tutta la famiglia sta affrontando il momento della prova sorretta dalla fede.

Billy Wilder ricorda che l'ammalato indossava un pigiama molto elegante e sembrava più sereno dei suoi ospiti. Come Rocky confida a Hedda Hopper (Gary Cooper: American Hero; How I Faced Tomorrow, interview with Veronica Cooper and Maria Cooper Janis) "ciò che lo ha aiutato di più è stata la sua religione. Man mano che la malattia progrediva non ha mai chiesto "perché a me?", non si è mai lamentato, è stato aiutato dai sacramenti e da libri come Peace and Soul di Fulton Sheen e No man is an island di Thomas Merton". E al giornalista di The Straits Times che lo intervista il 6 maggio 1961, a pochi giorni dalla morte, dice: "So che quello che sta succedendo è la volontà di Dio; non ho paura del futuro". Dopo aver letto le testimonianze degli amici sull'ultimo periodo della vita di Gary Cooper, l'epiteto tradizionale di an american hero suona un po' meno retorico e più rispondente alla realtà.







sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

É novo » 12.1.2012

Posted: 11 Jan 2012 11:24 AM PST

O elogio das crises de fé (5/5) | VÍDEO |
«Não há teologia de fé que não seja teologia de crise. A fé é para nos colocar em crise, isto é, em estado de abertura, renascimento e reconfiguração. «Aprender a não temer e a sentir a crise como o momento do chamamento, da vocação, do seguimento e da descoberta mais funda.» «Também para nós a crise, “esse misterioso país das lágrimas”, não é um impedimento. Não só as crises de fé que nos impedem de acreditar. É nosso o conformismo, o acharmos que está tudo feito e resolvido.»

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

À PROCURA DA PALAVRAP. Vítor Gonçalves

DOMINGO II DO TEMPO COMUM

Eles foram ver onde morava

e ficaram com Ele nesse dia..”

Jo 1, 39

Aprender caminhando

O convite a caminhar tornou-se o “remédio” mais prescrito por todas as especialidades da medicina. “Faça isto, tome aquilo e, se possível...caminhe”, passaram a dizer os médicos para termos uma vida saudável. E parece que é mesmo verdade: caminhar faz bem. O filósofo Aristóteles, que tinha por método o ensino ao ar livre e em longas caminhadas, tinha fundado a escola peripatética (a “daqueles que passeiam”) e Jesus chama os seus discípulos “para andarem com Ele” (Mc 3, 14). O convite que Jesus fez aos dois discípulos depois de lhe perguntarem onde morava aponta o movimento constante de uma intimidade que não se instala. O conhecimento implica a experiência pessoal, a fé supõe encontro e caminho feito ou a fazer em comum.

Parar é morrer” diz a sabedoria popular e nestes dias difíceis não podemos deixar que vença essa “pequena morte”. São escandalosos os contrastes de rendimentos, desvaloriza-se o tesouro do trabalho humano, fragiliza-se a confiança e sentimo-nos perdidos entre a sobrevivência e o sonho. Sente-se a dor dos mais jovens que não falam em futuro e quase não têm memória histórica (e podemos aprender tanto com o passado!), e também a dos mais velhos que parecem antecipadamente despedidos da vida, julgados inúteis ou incapazes. Mas há também o desejo de aprender a viver de um modo novo. Talvez mais simples, mais centrado no essencial, valorizando mais as pessoas do que as coisas. Quando voltamos a calçar as sapatilhas para fazer uma caminhada ou uma corrida, a primeira tentação é desistir porque todos os músculos estão emperrados e doem imenso. O grande segredo está em caminhar com outros, em fazer da fragilidade de todos uma força que anima a prosseguir.

O encontro com Jesus revoluciona a vida. Da beira do rio e do ofício de pescadores os primeiros discípulos são lançados no turbilhão de uma boa nova que não deixa nada na mesma. Que não se acomoda nem procura estatuto, que não se deixa aprisionar na riqueza nem no poder estabelecido, que convoca dons e capacidades para fazer melhor. Esta boa nova que não cessa de propor ideias novas, caminhos a fazer em comum, transformação de mentalidades e de hábitos. A boa nova que é caminhar com Jesus e entender a fé como caminho.

Se aos primeiros discípulos de Jesus chamavam “os do Caminho”, percebemos melhor que acreditar em Jesus é, acima de tudo, caminhar com Ele. E não caminhamos com Ele sem caminhar com outros. Em comunidade que sofre e se alegra juntamente. Como convida o Papa Bento XVI a Igreja a vivermos um “Ano da Fé”, de Outubro deste ano a Novembro de 2013, nos 50 anos do Concílio Vaticano II e nos diz: “A fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e comunicada como experiência de graça e de alegria.”

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

No comments!


While concerns over the global economy and European debt problems linger into 2012, thousands of Japanese business people were on Wednesday making their annual trek to pray at a shrine in Tokyo considered to be lucky for business