quarta-feira, 16 de julho de 2014
Corpo de Cristo
domingo, 8 de junho de 2014
sexta-feira, 6 de junho de 2014
sábado, 26 de abril de 2014
GAAFs... em Abril!
segunda-feira, 14 de abril de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
Millennials leaving religion over anti-gay teachings
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Estados de Espírito
segunda-feira, 11 de março de 2013
Uma família de mão dada com o Papa
sábado, 26 de janeiro de 2013
Redes Sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
sexta-feira, 29 de junho de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
quarta-feira, 14 de março de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
A Quaresma vem ao nosso encontro
Um dos mais espantosos apelos de Quaresma que conheço não foi assinado por um eclesiástico, nem por um teólogo, mas sim por um poeta. Escreveu-o T.S.Eliot em 1930, três anos após a sua conversão, e deu-lhe um nome austero, sem o cómodo encosto que por vezes é o dos adjetivos: chamou-lhe simplesmente “Quarta-feira de Cinzas”.
Nesse poema, dizem-se três coisas fundamentais. Se as soubermos ouvir, percebemos que elas correspondem a caminhos muito objetivos (a mapas pessoais e comunitários) de conversão. E não é esse o desafio da Quaresma, e desta Quaresma em particular?
1. A Quaresma vem ao nosso encontro para que nos reencontremos. Os traços que o poeta desenha coincidem dramaticamente com os do nosso rosto: damos por nós a viver uma vida que não é vida, acantonada entre lamentos e amoques, sem saber aproveitar verdadeiramente a oportunidade que cada tempo constitui, como se tivéssemos capitulado no essencial, e passássemos a olhar para as nossas asas (e para as dos outros) sem entender já o papel delas. “Esmorecendo, esmorecendo”.
2. A Quaresma vem ao nosso encontro para nos devolver ao caminho pascal. O que é que nos dá o sentido de redenção no tempo? – pergunta o poema. E o poema evangelicamente responde: o sentido de transformação é-nos dado quando aceitamos trilhar um caminho. O que nos permite passar do cerco das coisas triviais à revigoração da fonte, o que do sono nos dá acesso à vigília iluminada da vida é aceitarmos o desafio de nos fazermos de novo à estrada, e à estrada menos óbvia e mais adiada que é aquela interior. A Páscoa é a grande possibilidade de revitalização. Mas é preciso consentir naquela imagem brutalmente verdadeira do profeta Ezequiel: por agora somos mais uma sucata de restos, do que uma primavera do Espírito.
3. A Quaresma vem ao nosso encontro para que a tensão criadora do Espírito de Jesus redesenhe em nós a vida. Interessantes são os verbos que o poeta usa como prece: “que sejamos instigados”, “que sejamos sacudidos”. A Quaresma faz-nos passar do “deixa andar”, e do viver espiritualmente entorpecido ao estado da corda tensa. Aquela que é capaz de avizinhar da nossa humanidade reencontrada a música de Deus.
José Tolentino Mendonça
© SNPC | 13.02.12
Chamei-vos amigos
Quando nos confrontamos com a amizade sentimos todos a dificuldade de exprimi-la, pois entramos num campo onde não há espaço para muitas declarações, e soam despropositados os longos discursos... existem, sim, histórias de vida. Existem nomes, rostos, vivências... Existe o indizível da presença, a coreografia fiel e criativa dos gestos. Mesmo quando se trata de uma amizade intensa, a amizade não deixa de ser uma experiência discreta, ainda que gere marcas humanas e espirituais inapagáveis. Não é por acaso que, nas nossas sociedades, o amor acabe por ser tutelado institucionalmente, mas não há nenhuma lei escrita que tutele a amizade. Há uma ética da amizade, mas essa vem apenas inscrita nos corações. (...)
Há uma teologia da amizade que precisa de ser anunciada. Não se entende o mistério da Santíssima Trindade, nem o da nossa Humanidade, sem pensarmos no que é a amizade. Simone Weil (cujo lastro é tão patente neste texto de Ronchi) explicita-o assim: «A amizade pura éuma imagem da amizade original e perfeita que é a da Trindade eque é a própria essência de Deus. É impossível que dois seres humanos sejam um e, não obstante, respeitem escrupulosamente a distância que os separa, se Deus não estiver presente em cada um deles. O ponto de encontro das paralelas está no infinito.»
Um amigo, por definição, é alguém que caminha a nosso lado, mesmo se separado por milhares de quilómetros ou por dezenas de anos. O longe e a distância são completamente relativizados pela prática da amizade. De igual maneira, o silêncio e a palavra. Um amigo reúne estas condições que parecem paradoxais: ele é ao mesmo tempo a pessoa a quem podemos contar tudo e é aquela junto de quem podemos estar longamente em silêncio, sem sentir por isso qualquer constrangimento. A amizade cimenta-se na capacidade de fazer circular o relato da vida, a partilha das pequenas histórias, a nomeação verbal do lume mais íntimo que nos alumia. A amizade é fundamentalmente uma grande disponibilidade para a escuta, como se aquilo que dizemos fosse sempre apenas a ponta visível de um maravilhoso mundo interior e escondido, que não serão as palavras a expressar.
O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, «éramos amigos e não sabíamos».
Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria... A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva.
Há aquele ditado que diz: «viver sem amigos é morrer sem testemunhas.» A diferença entre os conhecidos e os amigos é a mesma que distingue um ocasional espectador daquele que está habilitado a testemunhar. Este último disponibiliza-se realmente a ser presença. Se tivéssemos de resumir a sua natureza, podíamos dizer: um amigo é alguém que foi capaz de olhar, mesmo que por um segundo apenas, o fundo da nossa alma e transportar depois consigo esse segredo, da forma mais gratuita e construtiva.
Tenhamos por uma grande verdade aquilo que escreveu o filósofo Paul Ricoeur: «para ser amigo de si próprio é necessário ter já vivido uma relação de amizade com alguém.» Mas também aquilo que Séneca antes havia gravado: «Ter um amigo é ter alguém por quem morrer.» A gente percebe que esta frase escrita no século I, é um dístico que ilumina (e muito) o segredo de Jesus.»
José Tolentino Mendonça
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Dia dos Namorados: sentimentos, olhares e afetos
Paralisam ou põem tudo em rodopio.
Estremecem.
Tiram de órbita.
Afundam e ressuscitam.
Fazem rodar as quatro estações.
Na mesma tarde.
Acreditam?
Verdade, verdade é que os sentimentos atrasam. Deixam o trabalho para depois.
Despistam.
Aproximam o pó das estrelas e distanciam o pó das sebentas.
Que fazer?
Suspiros. Olhares. Olhinhos.
A linguagem passa perigosamente ao estado diminutivo sempre que os sentimentos perigosamente se expandem.
O pior é que nem pela ironia se dá.
Mas a verdade, a grande verdade é que os sentimentos interessam.
Tornam-nos gente.
Ensinam-nos a ser.
Pedem de nós o que trazemos de único e de irrepetível.
E preparam-nos para querer, para desejar receber o mesmo.
Do outro. Da outra.
Um comércio puro, gratuito.
Tão diferente, tão distante
dos rotineiros comércios.
A qualidade do nosso estar, aqui ou noutro lado, as coisas que temos ou que gostamos mesmo de aprender, os outros com que vamos tecendo o quotidiano, o sentido mais profundo que buscamos emprestar à nossa vida
dão-nos estofo. Firmeza interior.
Capacidade de construir.
Não aconteça sermos nós
uns atrasos de vida que fazem emperrar
os essenciais sentimentos.
Tolentino Mendonça
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Gary Cooper e a gaffe com o Papa Pacelli

di SILVIA GUIDI
"È avvenuto tutto in modo molto naturale; chi ha conosciuto mio padre sa bene che sarebbe stato impossibile costringerlo a fare qualcosa che non aveva intenzione di fare. Ha iniziato a venire con noi a messa più spesso (tra i nostri riti familiari c'era la messa seguita da tuffo nell'oceano la domenica mattina a Santa Monica) non solo a Natale o a Pasqua. Poi ha chiesto di essere battezzato". Maria Janis Cooper sta parlando della conversione di suo padre, Frank James (in arte Gary) Cooper; nel luglio del 2011 la sceneggiatrice Mary Claire Kendall ha ricordato in rete (www.ncregister.com) la sua testimonianza per celebrare, a cinquant'anni dalla morte, il divo che meglio ha interpretato il John Doe americano, l'uomo della strada semplice e onesto, spontaneamente altruista ma anche geloso della propria libertà.
Al contrario di quanto viene frequentemente detto e scritto nelle biografie, la sua conversione non coincise con la scoperta della malattia che lo porterà alla morte nel 1961. E soprattutto - conferma la figlia Maria - non fu costretto da sua moglie, cattolica fervente, ad "andare a catechismo": "Non è andata così; è stato un percorso molto lento e graduale (…) ha ricomposto secondo un nuovo disegno tessere già presenti da tempo nel mosaico della sua vita".
Cooper si converte al cattolicesimo nel 1958, ma il suo percorso di avvicinamento alla fede inizia nel 1950, ben otto anni prima. "Aveva una spiritualità molto profonda - continua Maria - lontana da ogni "ismo", da ogni teoria o ideologia, un senso religioso che probabilmente si è sviluppato vivendo a contatto con la natura nel West e conoscendo e amando la cultura e la spiritualità dei nativi d'America. Non è mai stato una persona egoista o superficiale". Un aspetto confermato anche dai colleghi: "Con Gary c'erano sempre meravigliose, nascoste profondità che non avevi ancora notato - ricorda Jean Arthur, sua partner nel film Mr. Deeds Goes to Town - era come stare sempre a Gibilterra, sulla soglia delle colonne d'Ercole".
Divo per caso, dopo una lunga serie di fallimenti (viene respinto perfino dalla filodrammatica del suo College) si trasferisce a Los Angeles da Helena, in Montana, solo per raggiungere i suoi genitori e inseguire il sogno - destinato a rimanere tale - di diventare vignettista satirico in un quotidiano. Prova a sbarcare il lunario come mercante d'arte, aiutante fotografo, venditore di arredi teatrali, grafico pubblicitario, e nel frattempo arrotonda le magre entrate facendo la comparsa a Hollywood; ha imparato ad andare a cavallo per curare i postumi di un brutto incidente stradale e sa di essere molto fotogenico.
La sua carriera cinematografica, durata ben 36 anni, decolla col film Wings (William A. Wellman, 1927); appare solo per due minuti e mezzo, ma, come ricordil leggendario produttore della Paramount Pictures Andrew Craddock Lyles, "quando è arrivato Gary Cooper, lo schermo si è subito illuminato con lui". La sua presenza nei cast risolleva le fortune della Paramount, che risente della crisi economica del 1929, ma la pressione a cui lo sottopone lo star system è grandissima.
Nel 1931 fugge da Los Angeles e si rifugia in Inghilterra (dove aveva vissuto due anni da bambino) a seguito di un esaurimento nervoso. Durante il suo anno sabbatico inglese frequenta l'alta società e si innamora, ricambiato, dell'attrice e socialite Veronica (soprannominata Rocky) Balfe, nipote del direttore artistico della Mgm Cedric Gibbons. Veronica ha una grande passione per lo sport - ama l'equitazione, lo sci, il tennis, il nuoto ed è campionessa di tiro a volo nello Stato della California - un carattere solare e allegro e modi raffinati (ostentatamente "europei" secondo i detrattori wasp della stampa americana, che la considerano una papista eccessivamente snob). "Portò grande stabilità e amore autentico nella vita di mio padre" scrive Maria. Franck e Rocky si sposano il 15 dicembre 1933.
Vent'anni dopo, il 26 giugno 1953 nel corso del tour promozionale per Mezzogiorno di fuoco, Gary Cooper, insieme alla famiglia, incontra Papa Pio XII. "All'udienza mio padre - racconta Maria - teneva in mano santini, medagliette e una gran quantità di rosari appoggiati sulla manica della giacca (molti dei suoi amici a Hollywood avevano chiesto un oggetto benedetto dal Papa). Mia madre era molto elegante nel suo completo nero, e il capo velato come vuole l'etichetta. C'era molta tensione nell'aria quando, preceduto dalle guardie svizzere entrò il Papa, alto, pallido, e vestito di bianco. Eravamo all'incirca a metà della fila. Papà inginocchiandosi perse l'equilibrio - colpa dell'emozione, del suo cronico mal di schiena o di entrambe le cose - e fece cadere i santini e i rosari a terra; le medagliette rotolarono per tutta la stanza. In preda a un monumentale imbarazzo, muovendosi carponi, papà cercò di raccogliere tutto il più in fretta possibile, ma improvvisamente incappò in una scarpa scarlatta e nel lembo di un mantello. Papa Pio XII lo stava guardando, aspettando pazientemente che si rialzasse". L'incontro colpì profondamente Cooper, e non solo per l'imprevisto sketch comico di cui fu protagonista involontario. Anche se non ne parlava mai in modo esplicito a casa, spiega Maria, suo padre "desiderava una stabilità interiore che non riusciva a raggiungere da solo". E continua: "Una domenica dopo la messa scherzavamo sul colto e divertente Padre Harold Ford, una persona veramente in gamba, che mio padre aveva soprannominato "Don Tipo Tosto". Era incuriosito e disse: "Mi piacerebbe sentirlo un giorno". Rocky gli rispose semplicemente. "Bene, vieni con noi"".
Le parole di padre Ford, riporta sempre Maria, lo facevano pensare. Rocky non "architettò", come si legge spesso, la conversione di Gary, ma invitò padre Ford a bere qualcosa da loro perché potessero parlare con calma di questioni spirituali: i due uomini, invece, condivisero da subito il loro comune interesse per le armi, la caccia, la pesca e le immersioni subacquee. "Papà parlava a lungo durante i viaggi in macchina fino a Malibu con padre Ford. Iniziò a "convivere con la domanda", come scrive Rilke in un bellissimo verso, finché la risposta non si fece trovare".
Seguendo le orme del sergente Alvin York, il personaggio che ha amato di più e che gli è valso il suo primo Oscar, viene colpito dal pensiero 553 di Pascal, "non mi cercheresti se non mi avessi già trovato". Cooper viene quindi formalmente ammesso nella Chiesa cattolica e il fotografo Shirley Carter Burden è il suo padrino di battesimo. "Ho speso ogni ora della mia vita, anno dopo anno - spiega quello stesso anno a chi gli chiede il perché di questo gesto - facendo quasi esattamente quello che mi veniva in mente di fare; e quello che volevo fare non era sempre fra le cose più corrette. Lo scorso inverno ho iniziato a soffermarmi un po' di più su quanto stava nella mia testa da lungo tempo: "Vecchio Coop, tu devi qualcosa a Qualcuno per tutto quello che hai! Non sarò mai niente di simile a un santo (...) la sola cosa che posso dire è che sto provando a essere un po' migliore. Forse ce la farò"" (testimonianza raccolta da Barry Norman nel libro The Hollywood Greats).
Nell'aprile 1961 Jimmy Stewart si presenta all'Academy Awards per ritirare l'Oscar alla carriera assegnato a Gary Cooper, motivando la delega con il fatto che il suo amico è gravemente malato. Arrivano messaggi da tutto il mondo; tra gli altri, gli scrivono Papa Giovanni XXIII, la regina Elisabetta II e il suo grande amico Ernest Hemingway (con cui l'attore, durante le sue frequenti visite a Cuba, aveva a lungo discusso su the catholic thing); il presidente Kennedy lo chiama dallo Studio Ovale. Gli amici che lo vanno a trovare si aspettano un'atmosfera triste, ma a casa Cooper trovano luci soffuse e sorrisi, fiori freschi e musica: tutta la famiglia sta affrontando il momento della prova sorretta dalla fede.
Billy Wilder ricorda che l'ammalato indossava un pigiama molto elegante e sembrava più sereno dei suoi ospiti. Come Rocky confida a Hedda Hopper (Gary Cooper: American Hero; How I Faced Tomorrow, interview with Veronica Cooper and Maria Cooper Janis) "ciò che lo ha aiutato di più è stata la sua religione. Man mano che la malattia progrediva non ha mai chiesto "perché a me?", non si è mai lamentato, è stato aiutato dai sacramenti e da libri come Peace and Soul di Fulton Sheen e No man is an island di Thomas Merton". E al giornalista di The Straits Times che lo intervista il 6 maggio 1961, a pochi giorni dalla morte, dice: "So che quello che sta succedendo è la volontà di Dio; non ho paura del futuro". Dopo aver letto le testimonianze degli amici sull'ultimo periodo della vita di Gary Cooper, l'epiteto tradizionale di an american hero suona un po' meno retorico e più rispondente alla realtà.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Posted: 11 Jan 2012 11:24 AM PST O elogio das crises de fé (5/5) | VÍDEO | |
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
À PROCURA DA PALAVRAP. Vítor Gonçalves
e ficaram com Ele nesse dia..”
Jo 1, 39
Aprender caminhando
O convite a caminhar tornou-se o “remédio” mais prescrito por todas as especialidades da medicina. “Faça isto, tome aquilo e, se possível...caminhe”, passaram a dizer os médicos para termos uma vida saudável. E parece que é mesmo verdade: caminhar faz bem. O filósofo Aristóteles, que tinha por método o ensino ao ar livre e em longas caminhadas, tinha fundado a escola peripatética (a “daqueles que passeiam”) e Jesus chama os seus discípulos “para andarem com Ele” (Mc 3, 14). O convite que Jesus fez aos dois discípulos depois de lhe perguntarem onde morava aponta o movimento constante de uma intimidade que não se instala. O conhecimento implica a experiência pessoal, a fé supõe encontro e caminho feito ou a fazer em comum.
“Parar é morrer” diz a sabedoria popular e nestes dias difíceis não podemos deixar que vença essa “pequena morte”. São escandalosos os contrastes de rendimentos, desvaloriza-se o tesouro do trabalho humano, fragiliza-se a confiança e sentimo-nos perdidos entre a sobrevivência e o sonho. Sente-se a dor dos mais jovens que não falam em futuro e quase não têm memória histórica (e podemos aprender tanto com o passado!), e também a dos mais velhos que parecem antecipadamente despedidos da vida, julgados inúteis ou incapazes. Mas há também o desejo de aprender a viver de um modo novo. Talvez mais simples, mais centrado no essencial, valorizando mais as pessoas do que as coisas. Quando voltamos a calçar as sapatilhas para fazer uma caminhada ou uma corrida, a primeira tentação é desistir porque todos os músculos estão emperrados e doem imenso. O grande segredo está em caminhar com outros, em fazer da fragilidade de todos uma força que anima a prosseguir.
O encontro com Jesus revoluciona a vida. Da beira do rio e do ofício de pescadores os primeiros discípulos são lançados no turbilhão de uma boa nova que não deixa nada na mesma. Que não se acomoda nem procura estatuto, que não se deixa aprisionar na riqueza nem no poder estabelecido, que convoca dons e capacidades para fazer melhor. Esta boa nova que não cessa de propor ideias novas, caminhos a fazer em comum, transformação de mentalidades e de hábitos. A boa nova que é caminhar com Jesus e entender a fé como caminho.
Se aos primeiros discípulos de Jesus chamavam “os do Caminho”, percebemos melhor que acreditar em Jesus é, acima de tudo, caminhar com Ele. E não caminhamos com Ele sem caminhar com outros. Em comunidade que sofre e se alegra juntamente. Como convida o Papa Bento XVI a Igreja a vivermos um “Ano da Fé”, de Outubro deste ano a Novembro de 2013, nos 50 anos do Concílio Vaticano II e nos diz: “A fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e comunicada como experiência de graça e de alegria.”
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
No comments!
While concerns over the global economy and European debt problems linger into 2012, thousands of Japanese business people were on Wednesday making their annual trek to pray at a shrine in Tokyo considered to be lucky for business
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
«As nossas vidas são minas de ouro ocultas»
Há uma velha história que diz que depois de Deus ter concluído a criação, todos os animais dançaram alegremente, descobrindo as maravilhas que os seus corpos podiam fazer; todos menos os pássaros.
Enquanto os outros animais tinham belas pernas para correr ou grandes barbatanas para nadar, tudo o que os pássaros tinham eram pernas pequenas e finas que só lhes permitiam dar uns passitos. E, pior, tinham pesados sacos de penas presos aos ombros.
“Porquê nós?”, lamentaram os pássaros. “Porque é que temos de saltitar com estes pesos pesados nas nossas costas quando todos os outros animais podem correr, nadar e divertir-se? Porque é que Deus não gosta de nós da mesma maneira que gosta dos outros?” E então sentaram-se e amuaram. Após um longo tempo uma voz serena chegou até eles através da brisa. “Desembrulhem esse embrulho pesado que têm nas vossas costas, abram-no todo e agitem-no na aragem”. Foi o que os pássaros fizeram, ainda que relutantemente. Abriram os “pesados sacos de penas” e descobriram que eram asas! Sacudiram-nas com toda a força que tinham. E em menos de nada estavam a voar, elevando-se bem acima de todos os outros animais. Foi então que os seus corações cantaram “Somos aqueles que Deus mais ama!”
Pensavam que eram pobres quando na verdade eram ricos.
Deus abençoou cada um de nós com um “pacote” de dons, perfeitamente ajustado a cada fase da nossa vida. No entanto poucos de nós alguma vez viram ou confiaram em metade desses dons e poderes que Ele colocou nas nossas mãos. É por isso que as nossas existências são mais pobres e menos felizes do que Deus desejou. Por que é que isto acontece? Talvez por nós sermos aqueles pássaros, que aprenderam a dar pequenos passos e pensaram que não havia mais nada para eles – só saltitando sempre e para sempre. Deixaram de procurar o seu melhor dom.
É o que nós fazemos constantemente, às vezes porque temos medo que não haja mais nada dentro de nós, e outras vezes porque as pressões para “fazer alguma coisa!” – escolher uma carreira, um companheiro – fazem com que fechemos os nossos olhos, deixando alguns dos nossos dons intocados e ocultos, o que significa ficarmos sem algumas dos instrumentos essenciais que precisamos para construir a vida. Imagine tentar construir uma casa sem um martelo ou uma serra!
Deus quer para nós vidas felizes. É por isso que nos ofereceu tantos dons, tantos instrumentos. No evangelho deste domingo Ele pede-nos para lançarmos outro olhar ao que nos deu: será que já descobrimos tudo? Será que estamos a usar e usufruir de tudo? Se não, estamos literalmente a tirar vidas felizes de nós próprios e de quem nos ama. Jesus pede-nos para que não deixemos que tal aconteça.
Escute-o. Olhe outra vez com olhos de ver: ficará admirada com a mina de ouro sobre a qual está sentada há tantos anos. Ficará admirada e Deus ficará muito satisfeito!
Mons. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: Rui Jorge Martins
© SNPC (trad.)
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Courage, temps d'aimer et sense d'humour
Por que será que me acabei de lembrar da maravilhosa Karen Blixen?
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Já podemos reservar BULE outra vez!

Começámos por ir ao chazinho pela mão das avós e das mães,
Ao chá, aos scones e ao clássico bolo de caramelo que ainda hoje
quando se evoca, faz crescer água na boca!!!
No liceu voltávamos lá com as amigas para
recordar os melhores cheiros e sabores da infância…
Na faculdade … havia os namorados que tinham garrafa no Plateau e
os que faziam toda a diferença porque tinham Bule nas Vicentinas!
Em família ainda suspiramos pelos pastelinhos, croquetes, rissóis e empadinhas e agora desforramo-nos ao almoço, neste sítio lindíssimo que acaba de reabrir, com as receitas de então e com as novas comidinhas confeccionadas pelas mãos da Mariana e de um grupo fabuloso de voluntárias que hoje nos alegrou o dia!
Vale mesmo a pena! Não deixem de aparecer!
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
A última crónica de Tolentino Mendonça no DN da Madeira
Muitas vezes, a meio da viagem, os viajantes se perguntam pelo que persistirá, uma vez concluído o caminho. O que persistirá destas paisagens que atravessamos, em solidão e companhia; disto que já foi tão real diante de nós como nós próprios; disto pelo qual lutamos e vivemos; disto que o mundo encosta ao nosso ouvido como um segredo; disto que nos faz chorar e rir; disto que nos colocamos a amar desabaladamente? Uma vez concluído o caminho, que resta aos viajantes? Que podem eles trazer ou conservar ou repartir? Gosto de pensar nas palavras de Sophia de Mello Breyner: «Feliz aquela que efabulou o romance/depois de o ter vivido/[…] E sob o fulgor da noite constelada/ À beira da tenda partilhou o vinho e a vida».
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
«Restabelecer as Vizinhanças»

Movimento e Imobilidade
O espírito dos Encontros TenChi
Na linha dos Encontros TenChi, que se prendem com a transmissão da mensagem espiritual do Oriente e do Ocidente, a Associação TenChi Internacional propõe uma jornada de reflexão e de prática no contexto actual em que o homem contemporâneo aspira a reequilibrar os seus modos de vida em todos os planos, corpo, alma, espírito. A espíritualidade no Oriente e no Ocidente partilham um fundo comum, o amor. Neste contexto o TenChi convidou algumas personalidades que foram tocadas por uma mensagem que se dirige ao coração. Faouzi Skali, Katia Légeret, Paulo Borges, Yves Crettaz e Georges Stobbaerts serão os intervenientes neste encontro que partilharão convosco a sua procura e as suas experiências.
A Prática
Concretamente, o nosso dia será pontuado por diferentes ateliers no sentido desta procura. Iluminada pela atenção, a pratica pode conduzir-nos à compreensão e à dissolução de tensões, deixando florir em nós o sentimento de unidade. As praticas são a ponte entre o céu e a terra. Elas ajudan a encontrar a sua propria linguagem gestual através de uma ancoragem interna e por uma abertura do corpo e do coração à energia universal. Elas são um meio para abrir as portas de nós mesmos. Os ateliers descoberta são abertos a todos, qualquer que seja a sua condição física ou idade.
Só conhecer o espaço dos meus vizinhos Sintrences é uma verdadeira viagem!
Podem consultar todo o Programa aqui.
domingo, 2 de outubro de 2011
O poema ensina a cair: sentado
CHANCE ENCOUNTER ON THE TIBER from Renato Chiocca on Vimeo.
Podepode sentar-se senhora
Eu não sou senhora eu não sou menina
(...) sento-me que de pé sou um balão vazio
(...) Sento-me
senhor professor doutor.
Eu não sou senhor professor doutor
minha não-senhora minha não-menina
e se estou de pé é ilusão de óptica
eu estou sentado todos nós sentados
isto é não rígidos não equilibrados.
Luiza Neto Jorge
sábado, 1 de outubro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Bispo do Porto inaugura "experimenta design"
«Nós transportamos para o presente e para o futuro, é isso que nos projecta, uma capacidade de agir, de interagir e reconstruir». D. Manuel Clemente observou que a crise pode servir para que Portugal «se retome por aquilo que é», e acrescentou: «Somos muito, podemos ainda ser mais».
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações falou aos jornalistas após a conferência de abertura da bienal, que este ano é dedicada ao tema ‘Useless’. O prelado considerou que o debate em volta da «utilidade e inutilidade» é da «maior relevância num momento de profunda interrogação acerca do presente».
«Se estamos mesmo convencidos de que o eixo, o nó, o fulcro de qualquer resolução é a dignidade de cada pessoa humana, devemos rever as prioridades», declarou o Prémio Pessoa 2009.
Na sua conferência, D. Manuel Clemente apelou a uma utilidade que não reduza as pessoas a «utensílios», valorizando «uma complementaridade essencial» no ser humano e na sociedade, de modo que todos sejam «úteis». «Entre pessoas, o tempo nunca é dinheiro, porque cada uma delas é o máximo valor», assinalou o prelado, que apelou à «restauração das vizinhanças» e à promoção da «interculturalidade» na organização das cidades.
O bispo do Porto afirmou que os portugueses são marcados por «algum pessimismo», que se contrapõe a uma visão dos estrangeiros sobre Portugal, visto como «uma cultura interessantíssima», num «ambiente muito agradável».
«Queríamos abrir as conferências de Lisboa não com um designer, arquitecto ou alguém da comunidade criativa, mas com alguém que pudesse trazer um olhar diferente sobre a ideia do uso», explicou a directora da bienal, Guta Moura Guedes, ao justificar a escolha de D. Manuel Clemente para a conferência de abertura da EXD 11.
A responsável apresentou o bispo do Porto aos participantes como uma das «mais importantes figuras da cultura portuguesa».
O site da bienal, que termina a 27 de Novembro, refere que o programa «propõe um questionamento aprofundado da ideia de utilidade e do conceito de “sem uso”», constituindo, nas palavras da directora, o tema “mais provocador” da história de uma iniciativa que em 2011 apresenta 126 eventos e 164 convidados de 18 países e quatro continentes.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
E por falar em imprevisível coração...
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Que rentrée tão retardada!!
Nota-se bem que andamos todos com vidas muito ocupadas! Mas o que é que se passa? Nem um post pequenino, nada para animar este maravilhoso e fantástico blog? Muda o Governo, o país continua em desagregação, com uma heração socrática de primeira linha, com jardins à beira mar mal plantados e ninguém, mas ninguém, escreve uma palavrinha por aqui???É que a vida não pára... A Lili Caneças diz que é existencialista , que numa fase da vida dela só se vestia de preto e lia Simone de Beauvoir; o grande e paciente Sporting , lá vai enchendo o bico, jogo a jogo; o Museu do Cinema/Cinemateca Portuguesa passou a fazer parte de um aglomerado de empresas.Ou seja, ali as instalações da Barata Salgueiro passam a ter um letreiro a dizer «PREMAC -alugam-se/vendem-se microfilmes do património cinematográfico português».
Vá lá, apareçam. Como já tenho muitas saudades de todos, deixo-vos esta oração escrita por Tolentino Mendonça, dedicada aos amigos:"Obrigado, Senhor, pelos amigos que nos deste. Os amigos que nos fazem sentir amados sem porquê. Que têm o jeito especial de nos fazer sorrir. Que sabem tudo de nós, perguntando pouco. Que conhecem o segredo das pequenas coisas que nos deixam felizes. Obrigado, Senhor, por essas e esses, sem os quais, caminhar pela vida não seria o mesmo. Que nos aguentam quando o mundo parece um sítio incerto. Que nos incitam à coragem só com a sua presença. Que nos surpreendem, de propósito, porque acham mal tanta rotina. Que nos dão a ver um outro lado das coisas, um lado fantástico, diga-se.Obrigado pelos amigos incondicionais. Que discordam de nós permanecendo connosco. Que esperam o tempo que for preciso. Que perdoam antes das desculpas. Essas e esses são os irmãos que escolhemos. Os que colocas a nosso lado para nos devolverem a luz aérea da alegria. Os que trazem, até nós, o imprevisível
do teu coração, Senhor".
quarta-feira, 6 de julho de 2011
O fim da comédia cultural?
sexta-feira, 1 de julho de 2011
40 anos de carreira, 67 de vida. Joaquim Benite criou uma companhia e um dos maiores festivais de teatro!
Porquê?Destruiu tudo o que estava feito, mudava de opiniões e nomeou uma pessoa absolutamente inclassificável, sem preparação para director geral das artes, o João Aidos. A ex-ministra é uma boa pianista, fez um bom trabalho na Orquestra Metropolitana, mas tornou-se frívola e deslumbrou-se com ministério. Depois resolveu cortar nos subsídios das principais companhias. A mim tirou-me 150 mil euros e não posso perdoar a quem me tira esse dinheiro».
quarta-feira, 22 de junho de 2011
A Poesia Portuguesa no Vaticano
«O SILÊNCIO
Regressamos a uma terra misteriosa
trazemos uma ferida
e o corpo ferido
imprevistamente nos volta
para margens mais remotas
Giorgio Armani tinha declarado
àquele jornal inglês: «o luxo desagrada-me,
é anti-democrático.
Quero agora homenagear os operários de todo o mundo»
Eu só pensava em São João da Cruz
enquanto ouvia pela enésima vez:
«a moda substituiu o luxo
pela elegância»
João da Cruz fala de coroas,
resplendores, casulas
véus de seda, relicários de ouro e
diamantes
para lá do jogo das nossas defesas
qualquer coisa interior
a intensa solidão das tempestades
os campos alagados,
os sítios sem resposta
o teu silêncio, ó Deus, altera por completo os espaços»
José Tolentino Mendonça