segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Oh Jesus!!! ;-)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A PARTIR DE DIA 6 DE DEZEMBRO NÃO PERDER!



A PARTIR DE DE DIA 6 DE DEZEMBRO
A NÃO PERDER NO PALÁCIO DE BELÉM!
Mais informações AQUI

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

«As nossas vidas são minas de ouro ocultas»

«Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: “Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, entregaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’”». (Mateus 25, 14-15, 19-21)

Há uma velha história que diz que depois de Deus ter concluído a criação, todos os animais dançaram alegremente, descobrindo as maravilhas que os seus corpos podiam fazer; todos menos os pássaros.

Enquanto os outros animais tinham belas pernas para correr ou grandes barbatanas para nadar, tudo o que os pássaros tinham eram pernas pequenas e finas que só lhes permitiam dar uns passitos. E, pior, tinham pesados sacos de penas presos aos ombros.

“Porquê nós?”, lamentaram os pássaros. “Porque é que temos de saltitar com estes pesos pesados nas nossas costas quando todos os outros animais podem correr, nadar e divertir-se? Porque é que Deus não gosta de nós da mesma maneira que gosta dos outros?” E então sentaram-se e amuaram. Após um longo tempo uma voz serena chegou até eles através da brisa. “Desembrulhem esse embrulho pesado que têm nas vossas costas, abram-no todo e agitem-no na aragem”. Foi o que os pássaros fizeram, ainda que relutantemente. Abriram os “pesados sacos de penas” e descobriram que eram asas! Sacudiram-nas com toda a força que tinham. E em menos de nada estavam a voar, elevando-se bem acima de todos os outros animais. Foi então que os seus corações cantaram “Somos aqueles que Deus mais ama!”
Pensavam que eram pobres quando na verdade eram ricos.

Deus abençoou cada um de nós com um “pacote” de dons, perfeitamente ajustado a cada fase da nossa vida. No entanto poucos de nós alguma vez viram ou confiaram em metade desses dons e poderes que Ele colocou nas nossas mãos. É por isso que as nossas existências são mais pobres e menos felizes do que Deus desejou. Por que é que isto acontece? Talvez por nós sermos aqueles pássaros, que aprenderam a dar pequenos passos e pensaram que não havia mais nada para eles – só saltitando sempre e para sempre. Deixaram de procurar o seu melhor dom.

É o que nós fazemos constantemente, às vezes porque temos medo que não haja mais nada dentro de nós, e outras vezes porque as pressões para “fazer alguma coisa!” – escolher uma carreira, um companheiro – fazem com que fechemos os nossos olhos, deixando alguns dos nossos dons intocados e ocultos, o que significa ficarmos sem algumas dos instrumentos essenciais que precisamos para construir a vida. Imagine tentar construir uma casa sem um martelo ou uma serra!

Deus quer para nós vidas felizes. É por isso que nos ofereceu tantos dons, tantos instrumentos. No evangelho deste domingo Ele pede-nos para lançarmos outro olhar ao que nos deu: será que já descobrimos tudo? Será que estamos a usar e usufruir de tudo? Se não, estamos literalmente a tirar vidas felizes de nós próprios e de quem nos ama. Jesus pede-nos para que não deixemos que tal aconteça.

Escute-o. Olhe outra vez com olhos de ver: ficará admirada com a mina de ouro sobre a qual está sentada há tantos anos. Ficará admirada e Deus ficará muito satisfeito!

Mons. Dennis Clark
In Catholic Exchange

Trad. / adapt.: Rui Jorge Martins
© SNPC (trad.)



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Courage, temps d'aimer et sense d'humour



Por que será que me acabei de lembrar da maravilhosa Karen Blixen?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Já podemos reservar BULE outra vez!



Começámos por ir ao chazinho pela mão das avós e das mães,
Ao chá, aos scones e ao clássico bolo de caramelo que ainda hoje
quando se evoca, faz crescer água na boca!!!
No liceu voltávamos lá com as amigas para
recordar os melhores cheiros e sabores da infância…
Na faculdade … havia os namorados que tinham garrafa no Plateau e
os que faziam toda a diferença porque tinham Bule nas Vicentinas!
Em família ainda suspiramos pelos pastelinhos, croquetes, rissóis e empadinhas e agora desforramo-nos ao almoço, neste sítio lindíssimo que acaba de reabrir, com as receitas de então e com as novas comidinhas confeccionadas pelas mãos da Mariana e de um grupo fabuloso de voluntárias que hoje nos alegrou o dia!

Vale mesmo a pena! Não deixem de aparecer!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A última crónica de Tolentino Mendonça no DN da Madeira

Algumas histórias tornam-nos herdeiros de um lugar, outras de uma casa, outras de uma razão pela qual viver. Certas histórias deixam-nos o mapa depois da viagem, ou o barco em qualquer enseada, oculto ainda na folhagem, ou o azul desamparado e irresistível que lhes serviu de motivo para a demanda. Há histórias que nos pintam o rosto com terra amassada, vermelha, amarela, negra e iniciam-nos na decifração do fogo, na escuta dos silêncios da terra, no entendimento dos sonhos. Há histórias que nos conduzem ao centro impenetrável de bosques, aos segredos da penumbra do templo, à geografia de cidades, ao alarido dos mercados e à hesitação que a sabedoria por vezes dissolve, por vezes amplia.
Pelas histórias descobrimos a vastidão de um mundo interior, intacto e errante como uma paisagem do fundo dos mares, e, desse modo também, primordial e delicado, arcaico e sublime. Das histórias recebemos o socorro quando nos faltam palavras (ou outra coisa que não sabemos bem, mas que talvez nem sejam palavras) para medir a altura da alegria, porque, de repente, o amor, a poesia ou a santidade se avizinharam e, percebemos, nada antes tinha sido, para nós, tão imensamente belo e tão perigoso.
A herança dessas histórias constitui um património cultural, é certo. Mas importa não esquecer que elas são sobretudo dádiva confiada à vida, alento, sopro, energia pura. E, por isso, têm um inesgotável poder reparador. A «árvore da vida» das primeiras páginas do Génesis, «a estrela de Alva» dos hinos astecas, a «gazela» do folclore tuaregue, a «flor vermelha» duma canção mexicana, a «estrada larga» da declaração xamânica, a «raiz da vida» do poema de Madagáscar, a «planta da imortalidade» que Guilgamesh perde e procura, são-nos entregues, não só como metáforas, mas como símbolos que passam a sustentar connosco, a nosso lado, o duro e ligeiríssimo mistério da existência. As metáforas empalidecem e estilhaçam-se. Os símbolos têm capacidade de religar, a partir do fundo, as pontas decepadas e dispersas, os opostos da alma: a noite e o dia, a dor e o riso, a ação e a contemplação, a vida e a morte.

Muitas vezes, a meio da viagem, os viajantes se perguntam pelo que persistirá, uma vez concluído o caminho. O que persistirá destas paisagens que atravessamos, em solidão e companhia; disto que já foi tão real diante de nós como nós próprios; disto pelo qual lutamos e vivemos; disto que o mundo encosta ao nosso ouvido como um segredo; disto que nos faz chorar e rir; disto que nos colocamos a amar desabaladamente? Uma vez concluído o caminho, que resta aos viajantes? Que podem eles trazer ou conservar ou repartir? Gosto de pensar nas palavras de Sophia de Mello Breyner: «Feliz aquela que efabulou o romance/depois de o ter vivido/[…] E sob o fulgor da noite constelada/ À beira da tenda partilhou o vinho e a vida».

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Não Perder!



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

«Restabelecer as Vizinhanças»



Movimento e Imobilidade

O espírito dos Encontros TenChi

Na linha dos Encontros TenChi, que se prendem com a transmissão da mensagem espiritual do Oriente e do Ocidente, a Associação TenChi Internacional propõe uma jornada de reflexão e de prática no contexto actual em que o homem contemporâneo aspira a reequilibrar os seus modos de vida em todos os planos, corpo, alma, espírito. A espíritualidade no Oriente e no Ocidente partilham um fundo comum, o amor. Neste contexto o TenChi convidou algumas personalidades que foram tocadas por uma mensagem que se dirige ao coração. Faouzi Skali, Katia Légeret, Paulo Borges, Yves Crettaz e Georges Stobbaerts serão os intervenientes neste encontro que partilharão convosco a sua procura e as suas experiências.

A Prática

Concretamente, o nosso dia será pontuado por diferentes ateliers no sentido desta procura. Iluminada pela atenção, a pratica pode conduzir-nos à compreensão e à dissolução de tensões, deixando florir em nós o sentimento de unidade. As praticas são a ponte entre o céu e a terra. Elas ajudan a encontrar a sua propria linguagem gestual através de uma ancoragem interna e por uma abertura do corpo e do coração à energia universal. Elas são um meio para abrir as portas de nós mesmos. Os ateliers descoberta são abertos a todos, qualquer que seja a sua condição física ou idade.

Só conhecer o espaço dos meus vizinhos Sintrences é uma verdadeira viagem!

Podem consultar todo o Programa aqui.

domingo, 2 de outubro de 2011

O poema ensina a cair: sentado



CHANCE ENCOUNTER ON THE TIBER from Renato Chiocca on Vimeo.

Pode
pode sentar-se senhora
Eu não sou senhora eu não sou menina
(...) sento-me que de pé sou um balão vazio
(...) Sento-me
senhor professor doutor.
Eu não sou senhor professor doutor
minha não-senhora minha não-menina
e se estou de pé é ilusão de óptica
eu estou sentado todos nós sentados
isto é não rígidos não equilibrados.

Luiza Neto Jorge

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Bispo do Porto inaugura "experimenta design"

O bispo do Porto, D. Manuel Clemente inaugurou ontem em Lisboa a “experimentadesign” (EXD 11) com uma conferência onde pediu aos portugueses para acreditarem em Portugal: «Temos todas as condições para mostrar que somos bons, quando nos aplicamos e há condições para isso», afirmou D. Manuel Clemente, acrescentando que o país pode contribuir «para o devir europeu e até universal».
«Nós transportamos para o presente e para o futuro, é isso que nos projecta, uma capacidade de agir, de interagir e reconstruir». D. Manuel Clemente observou que a crise pode servir para que Portugal «se retome por aquilo que é», e acrescentou: «Somos muito, podemos ainda ser mais».
O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações falou aos jornalistas após a conferência de abertura da bienal, que este ano é dedicada ao tema ‘Useless’. O prelado considerou que o debate em volta da «utilidade e inutilidade» é da «maior relevância num momento de profunda interrogação acerca do presente».
«Se estamos mesmo convencidos de que o eixo, o nó, o fulcro de qualquer resolução é a dignidade de cada pessoa humana, devemos rever as prioridades», declarou o Prémio Pessoa 2009.
Na sua conferência, D. Manuel Clemente apelou a uma utilidade que não reduza as pessoas a «utensílios», valorizando «uma complementaridade essencial» no ser humano e na sociedade, de modo que todos sejam «úteis». «Entre pessoas, o tempo nunca é dinheiro, porque cada uma delas é o máximo valor», assinalou o prelado, que apelou à «restauração das vizinhanças» e à promoção da «interculturalidade» na organização das cidades.
O bispo do Porto afirmou que os portugueses são marcados por «algum pessimismo», que se contrapõe a uma visão dos estrangeiros sobre Portugal, visto como «uma cultura interessantíssima», num «ambiente muito agradável».
«Queríamos abrir as conferências de Lisboa não com um designer, arquitecto ou alguém da comunidade criativa, mas com alguém que pudesse trazer um olhar diferente sobre a ideia do uso», explicou a directora da bienal,  Guta Moura Guedes, ao justificar a escolha de D. Manuel Clemente para a conferência de abertura da EXD 11.
A responsável apresentou o bispo do Porto aos participantes como uma das «mais importantes figuras da cultura portuguesa».
O site da bienal, que termina a 27 de Novembro, refere que o programa «propõe um questionamento aprofundado da ideia de utilidade e do conceito de “sem uso”», constituindo, nas palavras da directora, o tema “mais provocador” da história de uma iniciativa que em 2011 apresenta 126 eventos e 164 convidados de 18 países e quatro continentes.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E por falar em imprevisível coração...

Aqui vos deixo um presente absolutamente maravilhoso que descobri há dias na minha Casa de Provação da Cotovia. É um mineral da colecção do Museu Nacional de História Natural e não faz parte da herança dos Jesuitas.

Não tem qualquer mão humana!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Que rentrée tão retardada!!

Amigos e amigas!!!!!


Nota-se bem que andamos todos com vidas muito ocupadas! Mas o que é que se passa? Nem um post pequenino, nada para animar este maravilhoso e fantástico blog? Muda o Governo, o país continua em desagregação, com uma heração socrática de primeira linha, com jardins à beira mar mal plantados e ninguém, mas ninguém, escreve uma palavrinha por aqui???É que a vida não pára... A Lili Caneças diz que é existencialista , que numa fase da vida dela só se vestia de preto e lia Simone de Beauvoir; o grande e paciente Sporting , lá vai enchendo o bico, jogo a jogo; o Museu do Cinema/Cinemateca Portuguesa passou a fazer parte de um aglomerado de empresas.Ou seja, ali as instalações da Barata Salgueiro passam a ter um letreiro a dizer «PREMAC -alugam-se/vendem-se microfilmes do património cinematográfico português».
Vá lá, apareçam. Como já tenho muitas saudades de todos, deixo-vos esta oração escrita por Tolentino Mendonça, dedicada aos amigos:"Obrigado, Senhor, pelos amigos que nos deste. Os amigos que nos fazem sentir amados sem porquê. Que têm o jeito especial de nos fazer sorrir. Que sabem tudo de nós, perguntando pouco. Que conhecem o segredo das pequenas coisas que nos deixam felizes. Obrigado, Senhor, por essas e esses, sem os quais, caminhar pela vida não seria o mesmo. Que nos aguentam quando o mundo parece um sítio incerto. Que nos incitam à coragem só com a sua presença. Que nos surpreendem, de propósito, porque acham mal tanta rotina. Que nos dão a ver um outro lado das coisas, um lado fantástico, diga-se.Obrigado pelos amigos incondicionais. Que discordam de nós permanecendo connosco. Que esperam o tempo que for preciso. Que perdoam antes das desculpas. Essas e esses são os irmãos que escolhemos. Os que colocas a nosso lado para nos devolverem a luz aérea da alegria. Os que trazem, até nós, o imprevisível
do teu coração, Senhor".

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O fim da comédia cultural?

A grande ministra da cultura que foi Gabriela Canavilhas (GC), neste momento deputada do PS, informa-nos agora que o seu partido «precisa de um líder que assegure a ligação ao cidadão comum, que lidere uma oposição firme e livre, em respeito pela herança histórica do PS e pelo legado de grande dignidade que nos deixou (o anterior líder dos socialistas), José Sócrates». Quando li este excerto da entrevista que GC deu à Lusa pensei que tinha lido mal. Reli e voltei a reler….Não. Era verdade! Ela dizia mesmo aquilo. Delírio das multidões. Lá vão os stand-up comedies ter mais material para nos fazer rir. Sentarem-se num divã, pintarem as bocas com um batôn super vermelho e desatarem a dizer asneiras e a imitar a GC a bambolear-se pelos eventos culturais. Não era preciso tanto. Dizer estas pequenas barbaridades…Um líder que assegure a ligação ao cidadão comum??? Qual ligação? Deus nos livre. Herança histórica do PS? Mas a senhora perdeu a cabeça. Qual herança? A dos pais de cada um? Só pode ser isso e isso é do foro privado. Legado de grande dignidade que nos deixou o Sr. Pinto de Sousa? Mas alguém à face deste país, com alguma dignidade, vem defender o Sr. Sousa e dizer isto? Nem mesmo os candidatos a Secretário-geral do PS, que aliás a deputada Canavilhas consegue apoiar, simultaneamente, de uma forma magistral, falam de uma forma tão eloquente do futuro filósofo Sócrates. Que triste não ter nada que fazer! Pobre Parlamento.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

AMOR E BONDADE

José Mattoso: Sabedoria e Fraternidade from Pastoral da Cultura on Vimeo.

40 anos de carreira, 67 de vida. Joaquim Benite criou uma companhia e um dos maiores festivais de teatro!

Em entrevista ao jornal «ionline», «-Gosta do secretário de estado da cultura, Francisco José Viegas?Pelo menos é uma pessoa interessada e culta e a Canavilhas, para mim, era uma terrorista, o ministério da cultura do Sócrates é uma espécie de invasão dos Hunos.
Porquê?Destruiu tudo o que estava feito, mudava de opiniões e nomeou uma pessoa absolutamente inclassificável, sem preparação para director geral das artes, o João Aidos. A ex-ministra é uma boa pianista, fez um bom trabalho na Orquestra Metropolitana, mas tornou-se frívola e deslumbrou-se com ministério. Depois resolveu cortar nos subsídios das principais companhias. A mim tirou-me 150 mil euros e não posso perdoar a quem me tira esse dinheiro».

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Poesia Portuguesa no Vaticano

José Tolentino Mendonça é um dos 60 artistas convidados, o único português, para os 60 anos de ordenação sacerdotal de Bento XVI.O presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, organizou uma homenagem ao Papa por parte de 60 personalidades de «nível internacional e pertencentes às diversas categorias artísticas», como a «pintura, escultura, fotografia, literatura e poesia, música, cinema, ourivesaria», refere uma nota de imprensa da Santa Sé. Assim, na manhã de 4 de Julho, Bento XVI vai inaugurar a exposição com os contributos artísticos: a mostra, intitulada “O esplendor da verdade, a beleza da caridade”, vai estar aberta ao público entre 5 de julho e 4 de setembro, de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00. «Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza», disse o Papa Bento XVI aqui em Lisboa, no CCB. Assim seja.

«O SILÊNCIO

Regressamos a uma terra misteriosa
trazemos uma ferida
e o corpo ferido
imprevistamente nos volta
para margens mais remotas

Giorgio Armani tinha declarado
àquele jornal inglês: «o luxo desagrada-me,
é anti-democrático.
Quero agora homenagear os operários de todo o mundo»
Eu só pensava em São João da Cruz
enquanto ouvia pela enésima vez:
«a moda substituiu o luxo
pela elegância»

João da Cruz fala de coroas,
resplendores, casulas
véus de seda, relicários de ouro e
diamantes

para lá do jogo das nossas defesas
qualquer coisa interior
a intensa solidão das tempestades
os campos alagados,
os sítios sem resposta

o teu silêncio, ó Deus, altera por completo os espaços»

José Tolentino Mendonça

quarta-feira, 8 de junho de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Maio foi ... uma Peregrinação Sexy!


Com os novos Carcavelos da Harper's Bazaar!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

À PROCURA DA PALAVRA

P. Vítor Gonçalves

DOMINGO VI DA PÁSCOA

…o Espírito da verdade...

habita convosco e está em vós.

Jo 14, 17

O manual de instruções

Quem ainda nunca sentiu o fascínio que é montar um móvel comprado na IKEA (passe a publicidade)? Começa logo na escolha das inúmeras possibilidades de combinações e a promessa de cada um poder ser um verdadeiro carpinteiro e decorador. Depois é a aventura de seguir, passo a passo, as instruções do manual como se fosse um livro mágico que, de placas e parafusos caóticos, convida a criar a obra prima que poderemos apresentar aos amigos (ou obriga a telefonar a quem entenda porque a mesa se transformou em estante!). Alguém já lhe chamou o “lego” dos adultos, capaz de devolver uma certa nostalgia perdida de cada um dar um toque pessoal até àquilo que reveste a sua casa. Os materiais podem não ser muito duráveis, mas isso também tem o aliciante de uma renovação de tempos a tempos.

Maravilha-me o tempo pascal porque ele nos remete sempre aos tempos iniciais da Igreja e da criação das primeiras comunidades. De como com aqueles materiais frágeis dos discípulos e até dos seus erros e pecados Deus foi consolidando comunidades irradiadoras da Boa Nova. Foram também as circunstâncias que criaram possibilidades de novos serviços e até as perseguições ajudaram a não enclausurar o evangelho. E, tudo isto, sem um manual de instruções! Ou melhor, descobrindo que o verdadeiro manual de instruções se chama Espírito Santo. Os materiais eram e são simples: a vida vivida com autenticidade, os mandamentos de Jesus acolhidos e cumpridos, o respeito e a liberdade perante a tradição, o amor a consolidar tudo. E o Espírito da verdade a habitar connosco e em nós.

Por isso, pior que o erro e o engano é aprisionar a liberdade de escolher, é aguentar uma “meia-vida” porque “tem de ser” e não aceitar que se errou e é possível uma transformação. São Pedro seria, na lógica de muitas organizações, uma improvável escolha para a missão de “confirmar os irmãos na fé”. Claro que o Espírito da verdade o ajudou a trazer ao de cima do coração e da boca o que nele era essencial: “Senhor, sabes tudo, bem sabes que te amo!”. Nele se confirma a sábia frase que o filme “Encontrarás dragões” (sobre a guerra civil espanhola e os primeiros anos da vida de S. Josemaria Escrivá) apresenta nos seus cartazes: “Todos os santos têm um passado”. Falta acrescentar a segunda parte: “E todos os pecadores, um futuro”!

Acreditar que o Espírito Santo é “manual de instruções” para a Igreja e para a vida de cada cristão é assumir a sua escuta como tarefa quotidiana e encarar os erros como novas possibilidades de construção. Não somos “pau para toda a colher”, não temos os dons todos nem somos capazes de tudo. Mas aquilo que damos com alegria Deus sabe multiplicar. E, como diz um amigo meu:” Sei que, ainda que erre no meu caminho, Deus não desistirá de me chamar à vida em plenitude!”

terça-feira, 24 de maio de 2011

A blogosfera da Cultura Institucional

O que estava no Blog do Ministério da Cultura e o MC apagou. O Blog AVENTAR conseguiu recuperar.

«Já foi aqui devidamente notificado que o Ministério da Cultura apagou dois posts relacionados com o facto de este organismo público ter usado meios públicos para distribuir propaganda do PS. Usando a cache do Google foi possível recuperar esses posts mas como a cache acaba por desaparecer, aqui ficam os textos em questão para memória futura.A título de curiosidade, também se incluir a equipa do blog, composta por cinco colaboradores, a qual produziu uma estrondosa audiência diária média de 214 visitantes. Uma outra curiosidade reside no facto de este blog, à semelhança de diversos blogs com afinidades socialistas, ter a moderação de comentários activada, com escassos comentários aprovados (haveria mais? com moderação de comentários nunca se saberá) e de teor globalmente positivo.1. Post existente no blog oficial do Ministério da Cultura antes de ter sido apagado pelo próprio ministério e no qual o programa do PS é divulgadoLink original: http://bloguedacultura.blogspot.com/2011/05/progra ma-eleitoral-legislativas-2011.html
SEGUNDA-FEIRA, 9 DE MAIO DE 2011Programa Eleitoral Legislativas 2011
Publicado por Gabriela Canavilhas
Política para a Cultura
O Partido Socialista, historicamente, tem sido responsável, em Portugal, pelas principais medidas políticas que reconheceram o valor simbólico e estrutural da Cultura e que estabeleceram as estratégias globais para a afirmação da sua acção.O compromisso com a Cultura terá continuidade, nas suas linhas estruturais gerais ` a preservação da memória histórica e patrimonial e a renovação contínua do conhecimento e da criação ` assentes na Língua Portuguesa como património identitário partilhado por mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, no nosso património móvel, imóvel e imaterial, e na actividade artística, em todas as suas expressões.A transversalidade económica que resulta da actividade cultural, a qualificação e a capacitação dos cidadãos através do conhecimento e o reforço da respeitabilidade internacional da cultura portuguesa, são os objectivos fundamentais da política cultural, que constitui um dos principais vectores da afirmação nacional, quer no plano interno, quer no plano externo.Para a consolidação das estratégias de afirmação do património cultural e do tecido cultural português, importa prosseguir a qualificação das estruturas, dos equipamentos e dos recursos dos criadores portugueses, através: a) Do reforço das redes de parcerias com as autarquias e a sociedade civil, nas áreas do património, das artes, nas estruturas de produção artística, nos equipamentos culturais e recursos humanos, sedimentando e desenvolvendo projectos como: Rotas das Catedrais, Rede de Monumentos do Património da Humanidade, Rota do Românico no noroeste peninsular e Rede de Bibliotecas Municipais; do reforço do papel da RTP na preservação e divulgação patrimonial e artística; e ainda, criando projectos estruturais como a Rede Portuguesa dos Teatros Municipais e Rede de Cinema Digital. b) Do reforço das medidas de preservação patrimonial, através do Sistema Nacional de Conservação para o Património Imóvel e do estabelecimento de novas parcerias com o poder local para consolidação de regeneração urbana nos Centros Históricos; da recolha e tratamento do Património Imaterial português, do desenvolvimento do Portal Português de Arquivos e do Manual e Planos de Preservação Digital e do reforço do desenvolvimento de conteúdos da Biblioteca Nacional Digital; da implementação do Regime Jurídico para o Depósito Legal das Imagens em Movimento e Depósito Legal de Publicações Bibliográficas; da criação de um museu dedicado às Descobertas Marítimas e à Expansão da Cultura Portuguesa no Mundo, da intervenção de remate do alçado poente do Palácio Nacional da Ajuda; da criação do Arquivo Sonoro Nacional e da instalação do Museu Nacional da Música em espaço definitivo, c) Do reforço dos mecanismos de financiamento do sector cultural, através da revisão da Lei do Cinema e da Lei da Cópia Privada; da implementação de mecanismos de combate à pirataria de bens autorais na NET; da criação de um organismo de gestão comum aos Teatros Nacionais e da promoção de modelos de gestão dos museus e palácios envolvendo os cidadãos, as comunidades e as entidades de economia social; da criação do Estatuto do Bailarino e do Fundo de Reconversão Profissional dos bailarinos; de melhoramento dos mecanismos de fiscalização e repartição equitativa nos apoios às actividades artísticas independentes visando a coesão, desenvolvimento regional e reconhecimento do mérito; e ainda, da criação de novos programas de incentivo e promoção à actividade artística amadora. d) Do reforço dos mecanismos conducentes à Internacionalização da Cultura Portuguesa, através da criação do Fundo para a Internacionalização; do regime jurídico que promova a Mobilidade Internacional de obras e autores; de programas de incentivo fiscal às produções internacionais de cinema que decorram em Portugal; do programa INOV-ART de estágios internacionais para jovens criadores; da articulação com o Instituto Camões e o IPAD nas iniciativas de promoção cultural externa; de reforço às traduções de autores portugueses e em programas de apoio às empresas do sector industrial criativo e cultural; na afirmação de Guimarães Capital 2012 Capital Europeia da Cultura como projecto estrutural de projecção internacional da cultura portuguesa; na consolidação das parcerias com os países lusófonos nas diversas áreas do sector cultural, nomeadamente no reforço da importância da Língua Portuguesa como factor de unidade estratégica nas políticas externas no quadro da Lusofonia e na afirmação de Portugal no plano internacional; ainda, no acompanhamento das iniciativas e missão do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, consolidando a aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal e nos países da CPLP; finalmente, importa reforçar a presença de Portugal nas organizações e actividades internacionais em prol da cultura, designadamente no contexto da União Europeia, do Conselho da Europa e da UNESCO.

2. Post existente no blog oficial do Ministério da Cultura antes de ter sido apagado pelo próprio ministério, onde a ministra da cultura apresenta o seu ponto de vista quanto ao facto de ter publicado o programa do PS no blog oficial do ministério da culturaLink original: http://bloguedacultura.blogspot.com/2011/05/esclarecimento.html

SEXTA-FEIRA, 20 DE MAIO DE 2011
Esclarecimento Publicado por Gabriela Canavilhas
A presença neste blogue do programa eleitoral do Partido Socialista para a Cultura desencadeou reacções acaloradas, nomeadamente, do Bloco de Esquerda, que considera que o Ministério da Cultura abusou dos seus meios institucionais para propaganda política.Na verdade, o actual Ministério da Cultura é um dos organismos do XVIII Governo Constitucional, formado pelo Partido Socialista, e aplica o seu programa governativo emanado do seu programa eleitoral, apresentado ao eleitorado em 2009. Não é um organismo apartidário, como muito bem sabe o BE. De resto, ao longo dos 17 meses do seu mandato, o BE não se cansou de criticar as suas políticas e de criticar o PS como matriz ideológica dessas políticas. O Ministério da Cultura, tal como os restantes organismos governamentais, não são apartidários nem independentes na concepção ideológica da sua estratégica política. São independentes apenas na implementação da sua acção política - que se destina a todos os portugueses, independentemente das opções de cada um.E não cultiva a hipocrisia.-Aspecto gráfico do post em questão:-(O print screen completo do post pode ser enviado a quem tal o peça.)

Mensagem existente no blog oficial do Ministério da Cultura a anunciar o fecho do blog
SÁBADO, 21 DE MAIO DE 2011 Publicado por Gabriela Canavilhas
A campanha eleitoral inicia-se oficialmente amanhã.Consideramos que este espaço cumpriu a sua missão e que encerra aqui a sua função.Um bem haja a todos que o visitaram e que com ele interagiram durante os 7 meses em que esteve ao serviço de uma maior comunicação e divulgação da nossa acção em prole da Cultura»

Obrigada, Sra. Ministra, por ter sido tão séria em ter encerrado o blogue antes do período eleitoral começar.Outros não teriam tido a mesma atitude.Tive pena que os meus comentários não tivessem sido publicados, mas acontece que não sou grande «espingarda» nestas coisas da internet e, porventura, não chegaram lá.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Manuel António Pina -Prémio Camões 2011

«Para cá de mim e para lá de mim, antes e depois.
E entre mim eu, isto é, palavras,
formas indecisas
procurando um eixo que
lhes dê peso, um sentido capaz de conter
a sua inocência
uma voz (uma palavra) a que se prender
antes de se despedaçarem
contra tanto silêncio.
São elas, as tuas palavras, quem diz «eu»;
se tiveres ouvidos suficientemente privados
podes escutar o seu coração
pulsando sob a palavra da tua existência,
entre o para cá de ti e o para lá de ti.
Tu és aquilo que as tuas palavras ouvem,
ouves o teu coração (as tuas palavras «o teu coração»)? »

Manuel António Pina

terça-feira, 5 de abril de 2011

terça-feira, 15 de março de 2011

oração da manhã

DESPOJADA DE MIM, ENFIM TE ENCONTRO

Ensina-me hoje, Senhor, a prece de um coração arrependido.

Bem sabes quanto é vasto o espaço que me dou a mim própria. Tão grande,

que não permite que sejas Tu o único Senhor da minha vida.

É que me prendem muitos medos:

Medo da solidão

e dos dias que correm.

Medo da doença.

Medo da notícia que há-de vir.

São redes que me prendem estes medos.

Sou eu

e não Tu, Senhor Jesus,

quem está no centro da existência que me deste.

Por Tua graça, ensina-me a coragem de fazer do meu coração, um coração que confiante se abandona.

E que chegue o silêncio e o espaço vazio,

em que, despojada de mim,

enfim Te encontre,

enfim me encontre.

domingo, 13 de março de 2011

Querida Miss, é possível descrever a amizade?


«Há dois provérbios que declinam a amizade em perspectivas complementares : o de Séneca, que diz: «ter um amigo é ter alguém por que morrer; e um provérbio inglês que ensina : viver sem amigos é morrer sem testemunhas».Mas é possível descrever a amizade? Quando nos confrontamos com a pergunta, sentimos que as dificuldades se ampliam.....até porque da sua natureza a amizade é implícita.Há uma ética da amizade, mas essa não vem escrita.....O traço mais universal da sua gramática é, talvez, o da presença: mas esta tanto se faz de muitos encontros, como de poucos; de muitas palavras ou de um silêncio espaçado e confidente; de um telefonema por dia ou por ano; de uma ou de incontáveis atenções...O importante é que tudo isso se torne, a dada altura, uma história que nos acompanha e por onde o essencial da vida passa». Este é um excerto de um texto do P.Tolentino sobre a amizade.Que eu dedico a uma grande amiga.Grande, porque neste mesmo sentido que lhe dá o P.Tolentino, é uma mulher de presença, presença continua e profícua.De conversa ou de silêncio confidente.De incontáveis atenções.Obrigada por seres minha amiga.

sexta-feira, 11 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

«A poesia de cada dia nos dai hoje», Adília Lopes

Li com enorme entusiasmo o texto que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura nos trouxe no passado dia 25 de Fevereiro, sobre a poetisa Adília Lopes. O título «As armas desarmantes de Adília Lopes» chama desde logo a atenção.E eu tinha uma enorme curiosidade de ler alguma coisa sobre ela, porque conhecia muito pouco da sua obra: uns poemas soltos aqui e ali, que me fascinavam.Comecei então a ler o texto e são essas sensações que venho partilhar: lê-se de uma rajada, com a respiração aos solavancos, tal é a pressa de passar à frente, sem perder o que fica para trás. A forma e a matéria cruzam-se e dançam maravilhosamente.A forma de escrever de Rosa Martelo e a matéria de viver para a entrevista e para a vida de Adília.
Desinstala-nos o pensamento. Faz-nos voar , alto, alto. Cair e voltar a levantar voo. Querer voltar a ler Adília Lopes, deliciosamente.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Há que ter «Olhos de ver»!





É imperdível o texto deste mês da folha da Igreja de Santa Isabel. A propósito do Encontro Nacional «Prioridade às Crianças», uma iniciativa da Cáritas Portuguesa na qual o P. José Manuel participou, parte o nosso Prior da importância do «ver» no processo de identificação dos sinais de risco e de perigo no mundo/vivência das crianças.A partir daqui escreve um texto sério, alegre e desafiante, que nos questiona quanto ao saber «ler e reler a vida», ao ser preciso estar estar vigilante e ao facto da indiferença «matar».Leiam e releiam. Só uma vez não chega.Magnífico.Não digo nem mais uma palavra.



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Milagres Portugueses



Obra da irmãzinha tecedeira do Estoril saída no NYTimes.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Diocese de Beja + Biodiversidade

Igrejas históricas vão ser núcleo de biodiversidade para projecto no Baixo Alentejo


Igreja da Safira, Montemor.

As igrejas históricas do Baixo Alentejo vão cruzar-se com a biodiversidade num projecto que visa a promoção da paisagem desta região de Portugal. O objectivo é o desenvolvimento do turismo ambiental, a salvaguarda da natureza e colocar um holofote nestas igrejas que são património histórico.

O projecto resulta de uma parceria entre o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB).

O director do DPHADB, José António Falcão, explicou hoje que o projecto visa “mobilizar a participação da sociedade civil para salvaguardar valores naturais e culturais do Baixo Alentejo”. A ideia surgiu depois do departamento verificar a riqueza das envolventes dos monumentos religiosos, “sobretudo em zonas rurais, são verdadeiros santuários da vida selvagem”.

As torres dos campanários são “pontos privilegiados de nidificação” para algumas aves, como o francelho e a cegonha, e os adros e outros espaços em redor dos templos “reúnem condições excepcionais para a preservação da fauna e da flora” e são locais de refúgio de aves ameaçadas, como a abetarda e o sisão. Neste sentido, o projecto vai, “em primeiro lugar, ajudar a salvaguardar a biodiversidade” e, por outro lado, “trazer nova vida” a monumentos religiosos.

Trata-se de igrejas e ermidas históricas situadas em meio rural e que, “devido ao isolamento ou por já não serem utilizadas para culto permanente, encontram no património natural um bom motivo para serem visitadas e terem uma função social útil”, explicou. O projecto vai incidir sobretudo na zona do Campo Branco, que abrange os concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde, Mértola e Ourique, na Zona de Protecção Especial de Cuba e no Vale do Guadiana, disse.

Participação da comunidade

Uma das acções do projecto vai criar rotas de turismo ambiental para “desafiar os automobilistas a descansar algumas horas, saindo dos percursos de estrada e seguindo por caminhos secundários, para conhecerem alguns dos sítios da região mais espantosos em termos de conservação da biodiversidade”.

Os trabalhos vão passar também por “dinamizar a participação da comunidade”, sobretudo de escolas e agricultores, para desenvolver acções simples e pouco dispendiosas. A “melhoria de pontos de água”, as chamadas “fontes santas”, que existem junto a templos, e a plantação de pequenas searas de feijão-frade ou outras leguminosas, são algumas das ideias que “podem ajudar a fixar e a alimentar aves ameaçadas”, como a abetarda e o sisão, disse.

O projecto vai envolver escolas na monitorização da fauna selvagem, através de “câmaras web” instaladas em sítios estratégicos e que “podem fazer a diferença para a sobrevivência de espécies ameaçadas”.

O protocolo entre o ICNB e o DPHADB para implementação do projecto vai ser assinado na terça-feira, numa cerimónia a partir das 11h30 na igreja matriz de Mértola.

in Público,
(Lusa_10.01.2011)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
A esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora.
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce

Dentro de cada idade e estação

Dentro de cada encontro e de cada perda

Dentro do que cresce e do que se derruba

Dentro da pedra e do voo

Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo

Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce

Dentro da alegria e da nudez do tempo

Dentro do calor da casa e do relento imprevisto

Dentro do declive e da planura

Dentro da lâmpada e do grito

Dentro da sede e da fonte

Dentro do agora e dentro do eterno

José Tolentino de Mendonça