segunda-feira, 27 de julho de 2009

Redbull, dá asas à imaginação!


Excerto de Entrevista do Ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, ao jornal «Público» e à Rádio Renascença»

"Por que é o Museu da Viagem extraordinário?"

P:O presidente da Parque Expo acaba de dizer que entregou um anteprojecto ao Governo para se criar no Pavilhão de Portugal "um centro para mostrar a presença portuguesa no mundo". Ele está a falar do futuro Museu dos Descobrimentos? O que é o objectivo do Ministério da Cultura? O que é que andei cá a fazer? Qualificar as pessoas, dar-lhes condições para serem livres, terem espírito crítico e inteligência cultural. Como se faz isso? Através da sua qualificação enquanto pessoas que pensam através da língua. A língua é que lhes dá liberdade para serem diferentes, para andarem no tempo e no espaço, para lerem o que outros leram, o que outros pensaram. Mas é preciso dar às pessoas instrumentos de memória - património - através dos quais construam a sua identidade. Vai ser no Pavilhão de Portugal? Há uma proposta entregue ontem [anteontem], um estudo prévio. Por que é que o Museu da Viagem é extraordinário? Porque é extraordinário o que fizemos, porque a viagem foi o que primeiro ligou o mundo, porque nos permitiu sermos maiores do que somos. E essa viagem foi feita à base de energias renováveis - correntes de mar e vento - e os modelos que se seguiram, baseados nas energias fósseis, vieram a revelar-se não democráticos e insustentáveis. Hoje estamos a regressar a uma lógica de energias renováveis. Isto permite-nos fazer uma releitura do nosso passado. Não será dos Descobrimentos, mas da Viagem? Pode ser de muitas maneiras, dos Descobrimentos, da Viagem, da Globalização... Os especialistas sublinham que mapas e documentos fundamentais estão no estrangeiro e até os defensores dizem que terão de ser tiradas peças dos museus nacionais. As peças não existem isoladamente. Estarem cinco peças isoladas em Coimbra, três no Porto, duas em Guimarães, sete em Belmonte... ninguém quer empobrecer isso. Como não se empobrece? Está-se a enriquecer, a criar massa crítica, a fazer uma coisa articulada. Essas peças, nesses museus, não estão a criar uma narrativa sobre nós. Quando fazemos um livro, pegamos em letras para dar palavras, para dar frases, para dar um texto, para dar um livro. Porquê fazer novos museus quando há tantos sem verbas, sem acervo, sem obras? Talvez seja, exactamente, tocar com a mão na ferida. Muitos museus não têm acervo, não têm dimensão, não têm algo que justifique as suas visitas e, por isso, são pouco visitados. Temos que repensar o nosso acervo museológico para ser eficaz na sedução das pessoas...». LINDO!!!!!

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